Ao longo de dois dias, o Sol lançou uma enxurrada de ejeções de massa coronal (CMEs) – jatos de plasma carregados de partículas magnéticas – em direção à Terra. De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, duas delas se fundiram, formando uma “CME canibal” que atingiu o planeta na segunda-feira (29) e provocou uma tempestade geomagnética de classe G1 (considerada fraca em uma escala que vai até G5).
Como consequência, as espetaculares luzes do norte (aurora boreal) puderam ser vistas no Canadá, alguns países da Europa e parte dos EUA.
Originalmente, os especialistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA haviam previsto que a CME canibal ocasionaria uma tempestade geomagnética de classe G3 (forte), mas uma revisão de dados mostrou que alguns campos magnéticos dentro dela estavam apontando para outra direção e, portanto, não se conectavam com a magnetosfera da Terra.
Em uma postagem no X (antigo Twitter), a física do clima espacial Tamitha Skov explicou que ao menos 10 explosões solares foram detectadas desde o início da semana, mostrando a dificuldade em obter previsões assertivas.
Além de auroras: airglow e sprites também são produzidos por tempestades geomagnéticas
O vídeo de lapso de tempo abaixo, capturado na borda sul do Grand Canyon, na região do Arizona, EUA, é possível ver ondas de airglow verde e pilares de aurora boreal vermelha, capturados na terça-feira (30).
Outro registro impressionante, obtido em Albany, no estado norte-americano do Missouri, mostra um sprite – saiba mais sobre esse tipo de fenômeno aqui.
“Este complexo de tempestades era muito ativo com raios e sprites, que são descargas eletrostáticas muito rápidas, semelhantes a raios, mas ocorrem bem acima das tempestades”, descreveu o fotógrafo responsável pela captura, Dun Bush. “Eu já os vi muitas vezes antes, mas essa exibição foi intensa. Dezenas apareceram em minhas câmeras por cerca de uma hora, mas uma, em particular, foi a maior e mais brilhante que eu já tinha visto”.
Tempestades geomagnéticas de classe G2 (moderadas) são esperadas para esta quinta (1) e sexta-feira (2). Além da formação de auroras, esse tipo de tempestade pode gerar outras consequências:
- Sistema elétrico: tempestades de longa duração podem danificar transformadores;
- Operação de satélites: podem ser requeridas ações corretivas da orientação pelos controles de solo, e possíveis mudanças no arrasto podem afetar a previsão das órbitas;
- Outros sistemas: propagação em rádio HF pode enfraquecer em locais nas mais altas latitudes.
Veja, abaixo, outros registros que foram compartilhados nas redes sociais: