Conforme noticiado pelo Olhar Digital, o explorador robótico SLIM (sigla em inglês para “Nave Inteligente para Investigação da Lua”), da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), pousou em solo lunar na sexta-feira (19), tornando o Japão o quinto membro do seleto grupo de países que já alcançaram o feito.
A espaçonave leva o apelido de “Moon Sniper”, devido a suas capacidades de precisão de mira, que a permitiram pousar dentro de apenas 100 metros do alvo (a cratera Shioli, ao sul do equador lunar), conforme planejado. Com isso, o Japão agora pertence ao mesmo “hall da fama” da antiga União Soviética, EUA, China e Índia, que são as únicas nações a conseguirem alunissagens suaves bem sucedidas.
Durante um primeiro momento, a sonda não estabeleceu comunicação com a Terra, gerando dúvidas quanto ao sucesso da missão. Hitoshi Kuninaka, vice-presidente da JAXA, confirmou em entrevista coletiva concedida horas depois do pouso que o robô japonês já conseguiu contato com a estação terrestre e responde aos comandos.
No entanto, o equipamento enfrenta problemas para gerar eletricidade devido a uma falha da célula de captação de energia solar. Isso representa o fim precoce da missão? Não necessariamente, pois, segundo a JAXA, ainda há esperança.
“Se a luz solar vier a atingir o oeste da Lua, acreditamos que há uma possibilidade de geração de energia e estamos atualmente nos preparando para a restauração”, disse a agência em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (22).
Por que desligar a energia da sonda japonesa na Lua
Como parte do preparo para a restauração, a equipe responsável optou por desligar a bateria. Isso aconteceu às 14h57 de sábado (20), pelo horário de Brasília – menos de três horas após o pouso.
Pelo perfil oficial da missão no X (antigo Twitter), a JAXA explicou que “a bateria foi desconectada de acordo com nossos procedimentos com 12% de energia restante, a fim de evitar uma situação em que a reinicialização (do módulo de pouso) fosse prejudicada”.
Desta forma, a expectativa é que a sonda tenha pelo menos o mínimo de energia para conseguir reiniciar com sucesso quando a luz do Sol atingir o oeste da Lua, onde ela está.
A agência agora está conduzindo uma análise detalhada dos dados adquiridos durante o pouso. Isso ajudará a determinar se a espaçonave atingiu o objetivo de pousar a menos de 100 metros do alvo – uma cratera onde se acredita que o manto da Lua (a camada interna profunda abaixo de sua crosta) esteja exposto na superfície.
“Conseguimos concluir a transmissão de dados técnicos e de imagem adquiridos durante a descida e na superfície lunar antes que a energia fosse desligada”, disse a JAXA. “Estamos aliviados e começando a ficar animados depois de confirmar que muitos dados foram obtidos”.
Este pouso do Japão na Lua ocorre num contexto de missões lunares desafiadoras e fracassos recentes. A missão sucede o lançamento fracassado de uma espaçonave comercial dos EUA para a Lua (em janeiro deste ano), um módulo de pouso russo que perdeu o controle e acabou colidindo com a superfície (em agosto de 2023) e uma outra sonda, também japonesa (mas de iniciativa privada) que teve o mesmo destino (em abril).