A primeira-dama, Janja Lula da Silva, comentou as demissões de mulheres no alto escalão do governo petista promovidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme a socióloga, a saída das então ministras Daniela Carneiro (Turismo) e Ana Moser (Esporte) “faz parte”.
“Tivemos duas perdas [de mulheres] no governo”, disse a primeira-dama em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo, 5. “Faz parte [a entrevista foi realizada na véspera da terceira perda, a demissão de Rita Serrano da presidência da Caixa].”
Como mostrou a Edição 189 da Revista Oeste, nos últimos meses, Lula demitiu três mulheres do governo para abrigar partidos do centrão e melhorar a relação com o Congresso Nacional. A última — até o momento — foi Rita Serrano, que comandava a Caixa Econômica Federal. No lugar das três, o presidente colocou homens.
Depois de comentar as demissões, Janja disse que é “necessário discutir a participação feminina no Congresso” e que a cota de 30% de gênero nas candidaturas “não está adiantando”.
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“O Brasil está em penúltimo lugar na América Latina e no Caribe em número de mulheres no Parlamento”, destacou. “Isso é vergonhoso. Precisamos ter 50% de cadeiras. A cota de 30% [de candidaturas] não está adiantando. As agressões que as mulheres sofrem, nas redes sociais e pessoalmente, têm feito muitas desistirem de seguir na política.”
Segundo a socióloga, durante a transição do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro a Lula, ela conversava a sós com o petista sobre mais mulheres nos ministérios e que, às vezes, aconteciam “discussões fortes”.
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“Na transição, falamos de mais mulheres nos ministérios”, declarou Janja. “Isso de alguma forma foi atendido. Passamos [ela e o presidente] os fins de semana a sós e conversamos muito. Às vezes, a gente tem umas discussões um pouco mais assim… fortes.”
Janja ao lado de Lula
Ainda em entrevista ao Globo, a primeira-dama disse não se incomodar com as críticas que recebe por não ter sido eleita e, apesar disso, “se meter na política”. De acordo com a socióloga, quem pensa assim “não enxerga o mundo” atual. Janja afirmou ainda que vai continuar “ao lado” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vou continuar ao lado do presidente, porque acho que é esse o papel que tenho que desempenhar”, destacou a primeira-dama em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo, 5. “Não é uma questão de ser eleita ou não. Existem ministros que concorreram e ganharam a eleição ao Senado ou à Câmara, mas a maioria não foi eleita e está lá.”
“Um governo misógino”, reportagem publicada na Edição 189 da Revista Oeste