sexta-feira, novembro 22, 2024
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James Webb registra incrível “anel de noivado” cósmico

Uma nova imagem impressionante capturada pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, revela um quasar que se assemelha a um “anel de noivado” cósmico, situado a aproximadamente seis bilhões de anos-luz da Terra. 

Quasares são os centros extremamente brilhantes e energéticos de galáxias distantes, alimentados por buracos negros supermassivos. Eles estão entre os objetos mais poderosos do Universo, irradiando uma quantidade de energia equivalente a centenas de bilhões de estrelas.

Representação artística do Telescópio Espacial James Webb no espaço. Crédito: Dima Zel – Shutterstock

O quasar em destaque na nova imagem do Webb é o RX J1131-1231, localizado na constelação da Cratera. O registro foi obtido graças às lentes gravitacionais, um fenômeno previsto pela Teoria da Relatividade Geral de Einstein, que descreve como a luz de um objeto distante pode ser dobrada e ampliada pelo campo gravitacional de um objeto massivo, como um aglomerado de galáxias ou um buraco negro. 

O que formou o “anel de noivado” cósmico flagrado pelo James Webb?

Esse efeito é extremamente útil para os astrônomos, pois permite a observação de objetos cósmicos distantes que, de outra forma, seriam muito fracos para serem detectados. No entanto, embora seja bastante funcional, o fenômeno das lentes gravitacionais também pode criar distorções, duplicatas ou anéis do objeto de fundo – conhecidos como “anéis de Einstein“. 

Na imagem recente, os três pontos brilhantes visíveis no topo do anel são, na verdade, um único quasar multiplicado pela lente gravitacional.

Estudar as emissões de raios-X dos quasares pode revelar a velocidade de rotação de seus buracos negros centrais e fornecer informações sobre sua história. Quando os buracos negros crescem principalmente através de colisões galácticas e fusões, eles tendem a acumular material em um disco estável, resultando em uma rotação rápida. Por outro lado, quando eles crescem através de eventos menores, o material se acumula de direções variadas, produzindo uma rotação mais lenta.

Composição de várias imagens desse mesmo quasar distante RX J1131-1231 feita com dados do Observatório de Raios-X Chandra e do Telescópio Espacial Hubble. Créditos: Raio-X: NASA/CXC/Univ de Michigan/R.C.Reis et al; Óptica: NASA/STScI

No caso do RX J1131-1231, de acordo com um comunicado da Agência Espacial Europeia (ESA), o buraco negro central está girando a mais da metade da velocidade da luz, sugerindo que ele cresceu principalmente através de fusões galácticas. Esse é um dado crucial para entender os processos de crescimento e evolução dos buracos negros supermassivos.

Além de proporcionar uma visão fascinante dos quasares, o estudo desses objetos também ajuda a aprofundar a compreensão sobre a matéria escura, uma forma misteriosa e invisível de matéria que compõe a maior parte da massa do Universo. 

A imagem foi capturada com o Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) do JWST, permitindo aos astrônomos explorar a natureza da matéria escura em escalas mais reduzidas do que nunca.

Lançado ao espaço no Natal de 2021 com a missão de explorar as profundezas do Universo, o Telescópio Espacial James Webb vem fornecendo descobertas revolucionárias desde que começou a fazer ciência. Suas capacidades avançadas permitem que os cientistas observem fenômenos cósmicos com uma clareza e detalhe sem precedentes, abrindo novas janelas para o entendimento do Universo e suas origens.

Via Olhar Digital

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