quinta-feira, novembro 14, 2024
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James Webb encontra Super-Terra vulcânica

A exploração espacial vai muito além da busca por vida inteligente ou mundos habitáveis. A imensidão do universo nos reserva descobertas fantásticas – e por vezes inacreditáveis. Como é o caso desse planeta sobre o qual falaremos a seguir. Um exoplaneta, na verdade, uma vez que ele fica fora do nosso sistema solar.

O L 98-59 d é uma Super-Terra, ligeiramente maior e mais pesado que a ‘nossa casa’, localizado a 35 anos-luz de distância. Ele foi descoberto em 2019 pelo Telescópio Espacial Tess, da NASA.

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O Tess definiu a localização e, mais recentemente, o Telescópio Espacial James Webb começou a entregar dados adicionais sobre o local. Por exemplo, a composição da atmosfera desse exoplaneta.

Utilizando uma técnica chamada de espectroscopia de transmissão, um grupo de cientistas concluiu que o L 98-59 d possui uma camada repleta de dióxido de enxofre e sulfeto de hidrogênio.

Os pesquisadores esperam agora por mais informações do James Webb. Se isso se confirmar, a principal hipótese é que esse seria um exoplaneta composto, basicamente, por vulcões! Algo como Mustafar, que apareceu no Episódio III de Star Wars (naquela luta final entre Obi-Wan e Anakin).

Ah, e para não deixar passar batido, a espectroscopia de transmissão consiste na leitura de assinaturas que cada gás deixa na luz. Trata-se de uma técnica comprovada, que já foi usada para confirmar a presença de CO₂ na atmosfera de outros exoplanetas.

Representação artística do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA – Imagem: Dima Zel/Shutterstock

Uma planeta inteiro de vulcões?

  • Se a equipe estiver certa, o L 98-59 d não teria somente vulcões, mas também oceanos de magma!
  • A descoberta mostra o quão diferentes podem ser os exoplanetas em relação aos corpos celestes que conhecemos no nosso sistema solar.
  • Por aqui, as atmosferas de planetas rochosos têm prevalência de vapor de água e de dióxido de carbono.
  • A atmosfera da Terra, por exemplo, é rica em nitrogênio e oxigênio, com traços de vapor d’água.
  • Já Vênus tem uma atmosfera espessa dominada por dióxido de carbono.
  • Até Marte tem uma atmosfera fina dominada por dióxido de carbono.
  • O L 98-59 d, por sua vez, seria rico em SO₂ e H₂S.
  • Isso sugere uma atmosfera moldada por processos totalmente diferentes daqueles com os quais estamos familiarizados em nosso sistema solar.
  • E a principal hipótese é essa superfície fundida ou vulcânica.
  • Os cientistas suspeitam que esse vulcanismo teria sido impulsionado pelo chamado aquecimento de maré.
  • A atração gravitacional da estrela hospedeira neste planeta a estica e a comprime conforme ela avança em sua órbita.
  • Esse movimento pode aquecer o centro do planeta, derretendo seu interior e produzindo erupções vulcânicas extremas e possivelmente até oceanos de magma.
O exoplaneta L 98-59 d tem aproximadamente 1,5 vezes o tamanho da nossa Terra – Imagem: Reprodução/The Open University

Próximos passos do estudo

Se observações futuras do James Webb confirmarem a presença de tal atmosfera, estaremos diante do menor exoplaneta a ter uma atmosfera detectada.

Identificar atmosferas em planetas pequenos e rochosos é extremamente difícil, pois eles são minúsculos em comparação com as estrelas hospedeiras, e também porque a radiação intensa dessas estrelas frequentemente remove as camadas de gás.

A descoberta desse tipo de superfície também seria fantástica para entender melhor a formação do universo. Mundos extremos como esse podem nos ajudar a compreender a diversidade da evolução planetária pela galáxia.

Agora, vale destacar que os próprios cientistas disseram que precisamos esperar pelos novos dados do telescópio espacial. Ou seja, ainda estamos no campo das especulações e análises. E a confirmação ou descarte da existência de um exoplaneta vulcânico deve demorar um bom tempo.

Simulação de vulcões em atividade na Lua
Os cientistas afirmam que, com a atividade vulcânica permanente, o exoplaneta teria temperaturas insuportáveis para as formas de vida que conhecemos – Imagem: Rodrigo Mozelli [gerado com IA]/Olhar Digital

Você pode ler o estudo na íntegra no periódico The Astrophysical Journal Letters. Um dos autores é Agnibha Banerjee, que escreveu um artigo para o site The Conversation.

As informações são do Phys.org.

Via Olhar Digital

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