sexta-feira, novembro 22, 2024
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James Webb capta primeiras anãs marrons fora da Via Láctea

Um grupo de astrônomos, formado por Peter Zeidler, Elena Sabbi, Elena Manjavacas e Antonella Nota, observou o aglomerado estelar NGC 602, localizado próximo à Pequena Nuvem de Magalhães, galáxia satélite da Terra.

Esse aglomerado possui ambiente similar ao do Universo primitivo, com baixas concentrações de elementos pesados e a presença de nuvens escuras de poeira. Também foi detectada a presença de gás ionizado e processos de formação de estrelas em curso na região.

Webb e primeiras anãs marrons fora da Via Láctea

  • A equipe utilizou o Telescópio Espacial James Webb (JWST) para realizar as observações e descobriu candidatas às primeiras anãs marrons jovens fora da Via Láctea, informou a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês);
  • As anãs marrons são corpos celestes com características semelhantes aos exoplanetas, como composição atmosférica e padrões de tempestade, além de massa entre 13 a 75 massas a de Júpiter;
  • Os dados obtidos incluem nova imagem do NGC 602, registrada pela NearpInfraRed Camera (NIRCam), destacando as estrelas do aglomerado, objetos estelares jovens e o ambiente circundante de gás e energia;
  • As observações foram realizadas em abril de 2023.
NGC 602 e as possíveis anãs marrons (Imagem: ESA)

“Somente com a incrível sensibilidade e resolução espacial no regime de comprimento de onda correto é possível detectar esses objetos a distâncias tão grandes”, disse o autor principal do estudo, Peter Zeidler da AURA/STScI. “Isso nunca foi possível antes e, também, permanecerá impossível do solo no futuro previsível.”

“Até agora, conhecemos cerca de três mil anãs marrons, mas todas vivem dentro de nossa própria galáxia”, acrescentou a membro da equipe Elena Manjavacas, da AURA/STScI.

Por sua vez, a integrante da equipe Antonella Nota, diretora-executiva do Instituto Internacional de Ciência Espacial na Suíça e ex-cientista do Projeto Webb, frisou que “esta descoberta destaca o poder de usar tanto o Hubble quanto o Webb para estudar aglomerados estelares jovens. O Hubble mostrou que o NGC602 abriga estrelas muito jovens de baixa massa, mas somente com o Webb podemos finalmente ver a extensão e o significado da formação de massa subestelar neste aglomerado. O Hubble e o Webb são uma dupla de telescópios incrivelmente poderosa!”

“Nossos resultados se encaixam muito bem com a teoria de que a distribuição de massa de corpos abaixo do limite de queima de hidrogênio é simplesmente uma continuação da distribuição estelar”, prosseguiu Zeidler. “Parece que eles se formam da mesma forma, eles apenas não acumulam massa suficiente para se tornarem uma estrela totalmente desenvolvida.”

Anã marrom representada
Representação artística de uma anã marrom: nem estrela, nem planeta (Imagem: Blue bee/Shutterstock)

Essa descoberta oferece uma oportunidade valiosa para estudar a formação de estrelas em condições distintas daquelas encontradas na vizinhança solar.

Os resultados foram publicados no The Astrophysical Journal.

Via Olhar Digital

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