Desde setembro de 2023, o diplomata Renato Mosca de Souza, de 58 anos, é embaixador brasileiro em Roma. Conforme ele, há necessidade da economia italiana de mão de obra estrangeira. A fala foi em resposta ao jornal O Estado de São Paulo, sobre o aumento da demanda de brasileiros que desejam o passaporte europeu.
Além disso, ressaltou que atua para facilitar os trâmites de acesso à cidadania e à resistência no país. “Não faz sentido bloquear o acesso de estrangeiros”, explicou. “A economia italiana precisa desses profissionais.”
Conforme o embaixador, o mercado de trabalho na Itália é “amplo” e demanda “mão de obra qualificada em todos os setores”. “Sabemos que os brasileiros são qualificados, dedicados e proativos”, explicou.
“Devo ressaltar, no entanto, que há muitas barreiras, como a burocracia e mesmo os custos de vida, que ainda dificultam maior mobilidade”, continuou. “Por essa razão, estamos trabalhando para facilitar o acesso dos brasileiros que escolhem este caminho.”
O embaixador em Roma explicou ainda que há “muita polêmica” sobre imigração na Europa, e que a Itália “não é uma exceção”.
“De fato, às vezes se ventilam propostas para limitar acesso de estrangeiros, de reconhecimento de cidadania, mas esta é uma visão sem conexão com a realidade”, continuou. “Os dados demográficos italianos estão encolhendo, apesar da chegada de muitos imigrantes. O mercado de trabalho demanda profissionais em número maior que a oferta interna.”
Souza mencionou ainda que, em 2013, 800 mil crianças entraram no sistema educacional e que, em 2023, o número diminuiu para 385 mil crianças.
“É uma tendência, um inverno demográfico. Portanto, não faz sentido bloquear o acesso de estrangeiros”, pontuou. “A economia italiana precisa desses profissionais. No que diz respeito ao reconhecimento de ítalo-descendentes, o direito está assentado na Constituição.”