sábado, agosto 17, 2024
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Itália planeja reintroduzir energia nuclear depois de 35 anos

O governo da primeira-ministra Giorgia Meloni planeja reintroduzir a energia nuclear na Itália, 35 anos depois de o país fechar sua última usina atômica. O objetivo atual seria a redução da emissão de carbono e independência do mercado de importação.

O ministro do Meio Ambiente e da Segurança Energética, Gilberto Pichetto Fratin, disse ao jornal Financial Times que Roma pretende introduzir uma legislação nova. Ela tentará permitir investimentos em pequenos reatores nucleares modulares, que poderão operar de maneira ativa em até dez anos.

Segundo Fratin, a energia nuclear deve representar pelo menos 11% do consumo total de eletricidade da Itália até 2050, na tentativa de diminuir a dependência de combustíveis fósseis importados.

O ministro ainda argumentou que tecnologias renováveis, como solar e eólica, “não podem fornecer a segurança de que precisamos”. O mercado de painéis está ligado à China, fato que, segundo o político, não garante a necessidade de que a Itália precisa.

“Está claro que o desenvolvimento da energia solar está fortemente ligado às importações da China”, explicou Fratin. “A China é um país que tem um sistema empresarial muito controlado pelo governo, o que pode ser uma ferramenta política e também comercial.”

Histórico da energia nuclear na Itália

Alemanha
Reatores de usina nuclear | Foto: Reprodução/Pixabay

Nas décadas de 1960 e 1970, a Itália construiu quatro usinas nucleares, com planejamento de expansão dessa capacidade. No entanto, depois do desastre de Chernobyl, em 1986, os italianos votaram em referendo para cessar os subsídios ao desenvolvimento de novos reatores.

Em meio a um crescente sentimento antinuclear, a Itália fechou todas as suas usinas nucleares. A última delas funcionou até 1990.

Duas décadas depois, em 2010, o então primeiro-ministro Silvio Berlusconi tentou reiniciar o programa nuclear. Mas novo referendo de 2011 mostrou que mais de 90% dos votos eram contra, e, assim, ele anulou a tentativa.

Fratin entende que o sentimento de medo é uma coisa das gerações mais antigas. “É uma questão de percepção, conscientização”, disse Fratin.

“Os jovens são mais conscientes, os idosos, menos. Eles são da geração Chernobyl e, quando ouvem falar de energia nuclear, automaticamente dizem não.”

Ele afirmou que os referendos passados não impedem o governo Meloni de avançar com novas leis para reintroduzir a energia nuclear, destacando a alta competência italiana no setor, com instituições de pesquisa de ponta e empresas atuando no mercado global.

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Via Revista Oeste

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