quinta-feira, julho 4, 2024
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Itália desfaz esquema ilegal de emissão de cidadania a brasileiros

A Polícia da Itália descobriu e desfez um esquema de falsificação de documentos e emissão de cidadania ilegal a estrangeiros. A rede criminosa trabalhava especialmente para brasileiros, sob pagamento de taxa, conforme divulgou o órgão, nesta segunda-feira, 1°. 

O principal acusado é um funcionário do Registro Civil de Frosinone, na região central do país, que também é proprietário de uma agência de intermediação internacional. A Polícia Estadual diz que ele é “cúmplice na permanência clandestina na Itália de numerosos cidadãos brasileiros”.

Além disso, ele será investigado pelos crimes de violação da lei de concessão da cidadania italiana, falsidade ideológica em documentos públicos, omissão de documentos oficiais e prática de atos contrários às suas obrigações. Ainda há a análise sobre abuso de poder e de falta de cobrança de taxas consulares. Não houve a cobrança de valor mínimo de € 51 mil (cerca de R$ 305 mil).

A rede ilegal existe desde 2017 e beneficiou 179 cidadãos estrangeiros, de acordo com o comunicado da polícia. O esquema fez com que beneficiários que pagassem taxas obtivessem a cidadania italiana iure sanguinis (por direito de sangue) — documento dado a descendentes. 

Esquema da Itália faz parte de organização ilegal internacional 

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Em três anos, o esquema teria conseguido uma quantia superior a 700 mil euros | Foto: Reprodução/Canva

A agência desfeita pela polícia está ligada a uma organização maior. Trata-se de uma ampla rede internacional que atua entre países como Brasil, Alemanha e Itália. As investigações sugerem que “benefícios significativos” nasceram da ilegalidade. Em apenas três anos, o esquema teria conseguido uma quantia superior a € 700 mil (cerca de R$ 4,2 milhões). 

“É um verdadeiro sistema destinado a incentivar a permanência ilegal em território italiano de cidadãos de nacionalidade estrangeira”, informa a Polícia Italiana, em comunicado. “Isso ocorre através da obtenção de documentos em um espaço de tempo muito curto e quase na ausência das certificações obrigatórias e dos controles documentais necessários.”

A operação começou depois de uma denúncia da Embaixada da Itália no Reino Unido. A investigação incluiu “longas tarefas de observação e acompanhamento, depoimentos de numerosas testemunhas e análise aprofundada dos documentos apreendidos.”

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Via Revista Oeste

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