terça-feira, outubro 1, 2024
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‘Israel quer a paz’, diz sobrevivente que trocou tiros com Hamas

O israelense Chen Mizrachi, 35 anos, era um dos produtores da festa no sul de Israel, no momento em que os terroristas do Hamas entraram atirando. Depois de passar quatro anos nas Forças de Defesa de Israel, ele aliou a sorte com a autoconfiança para sobreviver.

Chen agora está de passagem pelo Brasil depois de contato com o representante brasileiro do Fórum das Famílias de Sequestrados e Desaparecidos. A Oeste, ele conta como foram os ataques e revela a frustração por não ter conseguido salvar dezenas de amigos.

O que você sentiu no momento em que percebeu o ataque do Hamas?

O Hamas nos atacou primeiro com mísseis e, depois, mais de 300 terroristas com armas e 300 civis palestinos, que vieram para matar e roubar com facas, entraram em território israelense. Tudo isso aconteceu por volta das 6h30 da manhã e, por volta, das 7 horas os tiros começaram a vir de várias direções. Naquele momento não sentíamos que algo tão grande iria acontecer. Às 8 horas foram disparados os primeiros tiros na minha direção e na de outras 100 pessoas que estavam comigo em uma área dos fundos, onde ficavam a ambulância móvel da polícia e uma tenda de segurança. A sensação era de impotência e de que provavelmente não eu sairia vivo da zona de guerra.

Você ouviu alguma fala de algum terrorista ou viu algum gesto ou olhar?

Quando eu estava na sala móvel da polícia eu os ouvi na ligação policial, falando em hebraico com sotaque árabe e disseram-nos “estamos a caminho de destruir todos”.

O que você viu e como sobreviveu?

Vi pessoas sendo sequestradas, pessoas sendo assassinadas diante dos meus olhos enquanto tentávamos escapar. Eu vi carros queimados na estrada com pessoas dentro, o cheiro das pessoas queimadas nos carros era muito, muito forte. O Exército chegou depois de seis horas, mas durante esse tempo lutamos defensivamente porque estávamos cercados por todas as direções. Quando o Exército chegou, consegui entrar no carro, que nos tirou do local. Estava lutando pelas nossas vidas, com os soldados e a polícia, para garantir que ninguém que estivesse conosco morresse.

Depois do resgate do Exército, você decidiu continuar nas operações de defesa e de busca?

Depois das 7h10 muitos dos nossos amigos estavam no campo e se esconderam até o resto da manhã. Recebemos muitas mensagens com a última localização dos amigos e familiares. Então decidimos descer para tentar procurá-los, voltei para o local onde estava e vasculhei por dois dias até que o Exército assumiu o controle da área novamente.

Questionamentos sobre o valor da vida

Chen Mizrachi sobrevivente 7 de outubro
Chen atuou por quatro anos nas Forças de Defesa | Foto: Reprodução/acervo Chen Mizrachi

Como foram para você os dias seguintes aos ataques?

Foi muito difícil no início porque parecia que não havia valor na vida. Senti uma sensação de vulnerabilidade e fiz muitos questionamentos. Estive em 21 funerais de meus amigos mais próximos que não pude salvar. Do governo, recebi um tratamento muito básico, meu tratamento foi ir para a Costa Rica surfar e ver meus bons amigos que fizera em outras épocas.

O que fez você vir para o Brasil?

Depois que conheci o Rafael Azamor, representante do Fórum das Famílias dos Sequestrados e Desaparecidos, no Uruguai, fizemos amizade e quis conhecer o Brasil, um país que ainda não tinha visitado. É muito importante para os israelenses conhecerem, se conectarem e contarem o que está acontecendo em Israel, para que possamos espalhar luz e amor e explicar muito sobre o povo judeu. Foi importante para mim vir aqui, para unir e trocar mais informações. Israel quer a paz.

Via Revista Oeste

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