O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou ter instruído as Forças Armadas do país a prepararem um plano de ação para permitir que palestinos da Faixa de Gaza deixem o território voluntariamente. A iniciativa inclui opções de saída pelas fronteiras.
Katz defende que a população de Gaza deve ter o direito à liberdade de migração, assim como cidadãos de outros países. Ele aproveitou para criticar o Hamas, grupo terrorista que controla a região.
“O Hamas usou os palestinos como escudos humanos, construiu sua infraestrutura terrorista no coração da população civil”, afirmou o político israelense. “Agora os mantém reféns — extorquindo dinheiro por meio do sistema de ajuda humanitária e impedindo sua saída.”
O plano prevê travessias terrestres e “arranjos especiais” para saída por mar e ar.
Katz também disse que países como Espanha, Irlanda e Noruega, que criticaram as ações militares de Israel contra o grupo terrorista, estariam legalmente obrigados a aceitar moradores de Gaza em seus territórios. “Sua hipocrisia será exposta se se recusarem.”
A incursão contra os terroristas se dá desde outubro de 2023, depois de um ataque que vitimou 1,2 mil israelenses e sequestrou outros 250, a maioria civis.
EUA podem apoiar palestinos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, na última terça-feira, 4, que o governo norte-americano pretende assumir o controle da região para reconstruir Gaza. A declaração foi dada durante uma coletiva ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
“Nivele o local, livre-se dos prédios destruídos, crie um desenvolvimento econômico que gere empregos e moradias para as pessoas”, disse Trump. Netanyahu afirmou que o objetivo é “garantir que Gaza nunca mais represente uma ameaça a Israel”.
Na mesma linha, Israel Katz classificou a iniciativa como “ousada” e disse que ela pode criar “amplas oportunidades” para o povo palestino. “Ajudá-los a se reinstalarem em países anfitriões e apoiar esforços de reconstrução de longo prazo em uma Gaza desmilitarizada e livre de ameaças”, declarou. Segundo ele, os esforços devem se estender por anos.
“A Faixa de Gaza seria entregue por Israel aos Estados Unidos no final dos combates”, publicou Trump ainda nesta quinta-feira, 6, na Truth. “Os palestinos teriam a possibilidade de serem reassentados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas na região, eles realmente teriam uma chance de serem felizes, seguros e livres.”
O presidente dos EUA ainda reforçou que, caso aplicado, o plano não exigiria “nenhum soldado norte-americano”.
O Hamas, como esperado, foi contra o plano de Trump. O grupo terrorista classificou a proposta como “racista”.