Na manhã desta segunda-feira, 6, pelo horário local (madrugada pelo horário de Brasília), as Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram a evacuação de cerca de 100 mil habitantes da região leste de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, após anúncios de uma ofensiva terrestre planejada na área.
O Exército israelense distribuiu panfletos com ordens para que os palestinos evacuassem os bairros orientais de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, próximos à fronteira com Israel.
De acordo com Israel, os militares também usaram mensagens de texto, chamadas telefônicas e transmissões em árabe para alertar os moradores de Rafah a saírem.
A população de Rafah, que faz fronteira com o Egito, é estimada em 1,2 milhão de pessoas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Durante negociações no Cairo no último fim de semana, ficaram evidentes as contínuas divergências entre Israel e o Hamas, grupo terrorista palestino que controla Gaza, sobre um acordo de cessar-fogo que encerraria quase sete meses de conflitos.
As discussões, com mediação de Catar, Egito e Estados Unidos, que buscam uma trégua para facilitar a liberação de reféns israelenses detidos pelos terroristas em Gaza desde o massacre de 7 de outubro, devem continuar em Doha nesta segunda-feira.
“Inimigos genocidas”, diz Netanyahu
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou neste domingo, 5, a pressão internacional para conter sua campanha militar em Gaza.
Discursando em um memorial do Holocausto, o premiê afirmou o direito de Israel de lutar contra seus “inimigos genocidas”.
Quase sete meses após o início da guerra, Netanyahu tem se mantido firme em seu objetivo de destruir o Hamas.
Os batalhões do Hamas em Gaza
Autoridades israelenses disseram que o grupo terrorista possui seis batalhões restantes na Faixa de Gaza, quatro deles em Rafah: Yabna (sul), Shaboura (norte), Tel Sultan (oeste) e leste de Rafah.
De acordo com as FDI, dois batalhões do Hamas ainda permanecem no centro da Faixa de Gaza, nos campos de Nuseirat e Deir al-Balah.
O processo de evacuação
As forças militares de Israel instruíram os moradores da área de Rafah a se deslocarem para “zonas humanitárias expandidas”, especificamente para Al Mawasi, uma localidade situada a cerca de 10 quilômetros da costa, em relação a Rafah.
Um morador local relatou à Agência France Presse (AFP) que a evacuação foi comunicada por meio de mensagens de voz e textos enviados aos telefones dos civis, com um mapa para indicar o novo local.
Em Al Mawasi, foram preparadas instalações que incluem hospitais de campanha, tendas, além de fornecimento de alimentos, água, medicamentos e outros itens essenciais, conforme divulgado pelo Exército israelense.