O Exército de Israel está investigando se Yahya Sinwar, líder máximo do grupo terrorista Hamas, foi morto em um recente ataque aéreo na Faixa de Gaza.
“Durante as operações das FDI na Faixa de Gaza, três terroristas foram eliminados”, afirmou o comunicado das Forças de Defesa de Israel (FDI). “As FDI e a ISA estão verificando a possibilidade de que um dos terroristas seja Yahya Sinwar. Neste estágio, a identidade dos terroristas não pode ser confirmada.”
During IDF operations in Gaza, 3 terrorists were eliminated. The IDF and ISA are checking the possibility that one of the terrorists was Yahya Sinwar. At this stage, the identity of the terrorists cannot be confirmed.
In the building where the terrorists were eliminated, there…
— Israel Defense Forces (@IDF) October 17, 2024
Sinwar é apontado como o principal responsável pelos ataques do dia 7 de outubro do Hamas, que desencadearam a resposta militar de Israel com a invasão de Gaza.
Desde então, ele não apareceu publicamente, levantando suspeitas de que estaria refugiado em túneis subterrâneos da região. Sinwar foi crucial na construção do braço militar do grupo e no estabelecimento de relações estratégicas com nações árabes.
Líder máximo do Hamas está na lista de terroristas globais
Em 2015, o Departamento de Estado dos EUA classificou Sinwar como terrorista global, e ele também foi alvo de sanções por parte do Reino Unido e da França.
Harel Chorev, do Centro Moshe Dayan, ressalta que Sinwar é apenas um dos muitos líderes do grupo terrorista, uma organização que opera com várias estruturas de poder. “O Hamas é uma organização descentralizada com vários centros de poder separados e ele é um deles”, pontuou Chorev.
Chorev destacou ainda que Sinwar integra um “triunvirato” responsável pelos ataques de outubro, ao lado de Mohammed Deif e Marwan Issa.
Sinwar, nascido em 1962 num campo de refugiados, juntou-se ao Hamas nos anos 1980, fundando o serviço de inteligência Majd. Em 1988, foi sentenciado por assassinato e passou mais de duas décadas em prisões israelenses, período em que estudou hebraico e o comportamento de cidadãos da nação judaica.
Depois de sua libertação, em 2011, em troca do soldado israelense Gilad Shalit, Sinwar rapidamente ascendeu nas fileiras do Hamas. Chorev observa que ele é conhecido por sua brutalidade, especialmente contra suspeitos de traição.
“É bem sabido que, enquanto estava na prisão, ele torturou pessoas, principalmente membros do Hamas, usando um prato quente para lhes causar queimaduras… O seu papel no Majd realmente diz muito sobre o seu caráter, a sua crueldade”, disse Chorev. “Mas, ao mesmo tempo, os israelenses que o conheceram disseram que ele também pode ser muito prático, discutindo opções abertamente.”
Como líder político, Sinwar focou as relações externas do Hamas, reatando laços com o Egito e garantindo apoio financeiro do Irã.
Estratégias de Israel
Apesar de sua notoriedade, Sinwar é apenas um entre muitos líderes que Israel busca eliminar para enfraquecer o Hamas.
“Para simplificar, se Israel matar Sinwar, não significa necessariamente que derrubará o Hamas”, concluiu o especialista. “No entanto, o Hamas ainda pode ser derrubado mesmo que Sinwar continue vivo… porque não é uma organização hierárquica.
De acordo com Chorev, para que Israel destrua o Hamas, precisa destruir uma massa crítica de centros de poder, não apenas Sinwar.