As Forças de Defesa de Israel (FDI) bombardearam nesta quinta-feira, 19, posições do Hezbollah no sul do Líbano. Foi a primeira ação depois de uma ousada uma operação que explodiu pagers e walkie-talkies do grupo terrorista, na terça-feira 17 e na quarta-feira 18, que resultou na morte de 37 pessoas e mais de 3 mil feridos.
Caças e artilharia israelenses foram utilizados contra seis alvos nesta quinta-feira. Foram atingidos mais de 100 lançadores de foguetes do Hezbollah no sul do Líbano. O armamento estava preparado para ataques imediatos a Israel, dizem os militares.
As FDI relataram que, no total, os lançadores incluíam cerca de 1 mil barris de lançamento. Os ataques começaram esta tarde e foram realizados em várias sequências, informou o The Times of Israel.
“As FDI continuam a danificar e degradar as capacidades terroristas e a infraestrutura militar da organização terrorista Hezbollah”, disseram os militares.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou na véspera que o país entraria em uma nova fase no conflito e deslocaria recursos para a fronteira norte com o Líbano.
O chefe do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, em discurso, admitiu que o Hezbollah foi muito prejudicado e considerou a iniciativa de Israel, que não assumiu a autoria dos ataques anteriores, como uma declaração de guerra.
O grupo terrorista realizou mais de 7 mil ataques com mísseis a Israel desde o dia 7 de outubro, quando seu aliado, o Hamas, invadiu o sul israelense, assassinou cerca de 1,2 mil pessoas e sequestrou mais de 250.
Na quarta-feira, o chefe das Forças Armadas de Israel, Herzi Halevi, corroborou a informação de Gallant, de que a guerra entrava em outra etapa. Que visava ao retorno dos cerca de 80 mil desalojados da região norte de Israel, por causa dos ataques do Hezbollah.
“Estamos muito determinados a criar as condições de segurança que levarão os moradores de volta para suas casas, para as comunidades, com um alto nível de segurança, e estamos prontos para fazer tudo o que for necessário para concretizar essas coisas”, afirmou Halevi.
“Durante a guerra por quase um ano, temos lutado em Gaza com dois objetivos principais, assim como outros – desmantelar o Hamas e devolver os reféns. Conseguimos muito, e ainda temos muito a avançar.”
Halevi garantiu que Israel atingiu um alto nível de preparação e neste momento reúne a força necessária para neutralizar boa parte do poderio militar do Hezbollah.
“Ainda temos muitas capacidades que ainda não ativamos”, alertou o comandante. “Vimos algumas dessas coisas aqui, e me parece que a prontidão é boa e estamos preparando esses planos para o futuro.”
Ele inclusive revelou uma estratégia de iniciar operações já direcionadas às seguintes.
“A regra é que toda vez que trabalhamos em um determinado estágio, os próximos dois estágios já estão prontos para avançar. Em cada estágio, o preço para o Hezbollah deve ser alto.”
Clima de medo no Líbano
O serviço secreto israelense, com a iniciativa atribuída a ele, expôs falhas significativas ao plantar explosivos em dispositivos rudimentares. Isto dificultou a localização de militantes e desorganizou as comunicações do Hezbollah na luta contra as FDI.
Relatos da mídia libanesa indicam um clima de medo e desconfiança no país. Moradores de Beirute descartaram seus celulares por medo de ações israelenses, e o governo libanês baniu pagers e walkie-talkies em voos depois dos ataques.
O governo libanês, sem controle sobre o Hezbollah, continua encurralado na crise. O premiê Najib Mikati pediu ao Conselho de Segurança da ONU que na reunião de sexta-feira, 20, tome medidas para encerrar a “guerra tecnológica” contra o país.