Israel avançou para reconhecer a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) como organização terrorista. O primeiro passo foi dado nesta quarta-feira, 29. Em sessão no Parlamento, os congressistas aprovaram de maneira preliminar um projeto de lei com essa finalidade.
Em resposta, o porta-voz da UNRWA, Adnan Abu Hasnah, afirmou que “Israel deve saber que, se não estivermos na Faixa de Gaza, haverá alguém mais extremo”. Ele disse ainda que a UNRWA é a “única coisa moderada” em Gaza.
Adnan Abu Hasnah declarou que as escolas da UNRWA ensinam às crianças de Gaza sobre “democracia, direitos humanos e convivência”. “Isso é tudo o que ensinamos”, disse.
O deputado do partido Likud, Dan Illouz, afirmou que a designação da UNRWA como organização terrorista “é uma lei essencial para nossa segurança nacional”.
A decisão do Parlamento de Israel
Illouz destacou que, “depois do 7 de outubro, não podemos continuar como se nada tivesse acontecido”. “Não podemos permitir que a organização de apoio ao terror UNRWA opere contra nós”, ressaltou. “Estamos lutando por nossa segurança e nosso futuro, e a UNRWA não pode fingir ser uma entidade humanitária enquanto nos prejudica. Isso acaba hoje.”
Em abril, uma investigação da ONU foi aberta para apurar alegações contra 12 funcionários da UNRWA envolvidos no massacre de 7 de outubro. Dez tiveram seus contratos encerrados, e duas mortes foram confirmadas. A ONU declarou que Israel não forneceu “evidências suficientes” para apoiar o envolvimento deles no massacre.
O que alega a agência da ONU
As preocupações com a UNRWA estão centradas principalmente em seu sistema educacional. Segundo seu site, a UNRWA é responsável por 291,1 mil estudantes em Gaza e emprega 9,4 mil funcionários em suas escolas.
Um relatório conjunto da UN Watch e IMPACT-se apresentou “provas contundentes de violações brutas e sistemáticas de neutralidade” na contratação de professores e uso de currículos que incitam ódio e terrorismo.
Um exemplo de material escolar da UNRWA é um exercício de compreensão de leitura do 9º ano que celebra um ataque com coquetel molotov contra um ônibus judeu, chamando-o de “festa de churrasco”.
Outro exemplo é uma questão de estudos sociais do 9º ano que sugere que doenças mortais em Gaza são causadas pela ocupação israelense. Isso transformaria áreas da Faixa de Gaza em aterros para resíduos tóxicos.
O papel da UNRWA
Estima-se que 10% dos 12 mil funcionários da UNRWA têm conexões com o Hamas e a Jihad Islâmica. O jornal Wall Street Journal relatou que seis funcionários da UNRWA participaram do ataque de militantes palestinos que matou 1,2 mil pessoas. Dois ajudaram a sequestrar israelenses, enquanto outros dois foram rastreados até locais onde civis israelenses foram mortos.
Em fevereiro, foi descoberto um túnel sob a sede central da UNRWA em Gaza, com 700 metros de comprimento e 18 metros de profundidade, usado pela inteligência militar do Hamas.
As FDI afirmaram que as instalações da UNRWA forneciam eletricidade ao túnel. Durante uma invasão à sede da UNRWA, as FDI encontraram “grandes quantidades de armas […] dentro das salas do prédio, incluindo rifles, munições, granadas e explosivos”.
“Inteligência e documentos descobertos nos escritórios de funcionários da UNRWA confirmaram que os locais também eram usados por terroristas do Hamas”, declarou o Exército.