Israel adiou a votação do cessar-fogo na Faixa de Gaza e da libertação gradual de reféns, prevista para esta quinta-feira, 16. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusa o Hamas de descumprir partes do acordo mediado pelo Qatar, EUA e Egito. O grupo terrorista nega as acusações e diz que segue comprometido com os termos negociados.
“O gabinete israelense não vai se reunir até que os mediadores notifiquem Israel de que o Hamas aceitou todos os elementos do acordo”, informou o escritório de Netanyahu. Em resposta, o grupo afirmou, em nota, que não alterou sua posição.
Integrantes do governo de Israel são contrários à implantação do acordo. Líderes religiosos ameaçam romper com o premiê caso ele avance com o cessar-fogo. Se a coalizão ruir, Netanyahu perderá a maioria no Parlamento.
O partido do ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, diz que o país deve garantir o “retorno de todos os reféns imediatamente, depois da conclusão da primeira fase do acordo”, para permanecer no governo. Já o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, ameaçou renunciar e pediu que Smotrich se juntasse a ele.
Os partidos que apoiam Netanyahu não têm, sozinhos, parlamentares suficientes para derrubar o governo. Juntos, porém, os ministros controlam 14 assentos, suficiente para derrubar a administração.
A exigência de Israel
Israel exige a libertação de cem reféns, com 33 deles previstos na primeira fase. Já o Hamas pede a entrada de ajuda humanitária, o fim dos ataques e a soltura de prisioneiros palestinos.
Nesta quarta-feira, 15, os mediadores anunciaram o acordo, mas o Hamas colocou como condição a retirada imediata de forças israelenses do corredor Filadélfia, fronteira com o Egito. Netanyahu rejeitou a exigência e acusou o grupo de tentar alterar o pacto de última hora.