As irmãs Dayanne e Daniele Bezerra, parentes da influenciadora e advogada Deolane Bezerra, estão sob investigação pela Polícia Civil de Pernambuco. A operação apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro e jogos de azar.
Dayanne e Daniele continuam promovendo o “Jogo do Tigrinho”, um cassino on-line ilegal no Brasil, vinculado ao esquema que resultou na prisão de Deolane Bezerra.
Dayanne Bezerra, em seu perfil no Instagram, comentou a situação de Deolane. “Meu povo, estamos aqui aguardando”, escreveu. “Se Deus quiser, vamos ter uma boa notícia. Estamos confiantes, porque a gente acredita no Poder Judiciário do Estado de Pernambuco e vamos aguardar. Enquanto isso, preciso trabalhar: prometi três presentão [sic] lá no meu Insta oficial.” Na mensagem, compartilhou um vídeo de uma partida do jogo Fortune Rabbit, similar ao “Jogo do Tigrinho”.
A promoção do “Jogo do Tigrinho”
As irmãs também divulgaram um sorteio de motos novas e promoções da Loja das Doutoras, especializada em produtos de beleza. Daniele Bezerra afirmou que espera a decisão sobre o habeas corpus solicitado para sua irmã e prometeu divulgar o resultado assim que possível.
A investigação começou depois de uma operação policial em Pernambuco descobrir ligações entre uma banca de jogo do bicho no Recife, chamada Caminho da Sorte, e a bet Esportes da Sorte. O proprietário da banca foi identificado como Darwin Henrique da Silva, pai do diretor da Esportes da Sorte. Na banca, foram encontrados materiais relacionados à casa de apostas, que também inclui acesso ao “Jogo do Tigrinho”.
Novo pedido de habeas corpus a Deolane Bezerra
A família Bezerra entrou com um segundo pedido de habeas corpus para liberar Deolane e a mãe, Solange Bezerra, depois de a primeira solicitação ser negada. Também foi feita uma solicitação para revogar a prisão preventiva, que está sob análise judicial.
A polícia informou que a investigação mira uma organização criminosa envolvida em jogos ilegais. “As várias células da organização criminosa também operavam nas bets, mas o crime de origem diz respeito a jogos que não são autorizados pela legislação brasileira”, disse o delegado responsável em uma coletiva de imprensa. “As bets eram usadas na lavagem do dinheiro oriundo desse ramo ilegal de jogos.”
No mesmo dia, Deolane Bezerra escreveu uma carta de próprio punho, defendendo-se das acusações. “Estou passando aqui para tranquilizá-los e afirmar mais uma vez que estou sofrendo uma grande injustiça”, salientou. “É notório o preconceito e a perseguição contra minha pessoa e minha família, mas isso tudo servirá para provar mais uma vez para todos vocês que não pratico e nunca pratiquei crimes.”
Entenda os detalhes da operação
A Operação Integration começou em abril de 2023, com o objetivo de identificar e desarticular uma organização criminosa dedicada a jogos ilegais e lavagem de dinheiro. A Polícia Civil cumpre 19 mandados de prisão, 24 de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens e valores, bloqueio judicial de ativos financeiros e outras medidas cautelares, todos expedidos pela 12ª Vara Criminal da Comarca de Recife.
A Justiça determinou o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões. Os investigados também devem entregar passaportes e podem ter o porte de arma suspenso.
A polícia apreendeu um helicóptero, carros de luxo, dinheiro vivo, incluindo dólares e euros. Imagens divulgadas pela Polícia Civil de Pernambuco mostram dezenas de joias apreendidas, mas a propriedade de cada bem ainda não foi informada.
A Esportes da Sorte se manifesta
Apreensões também incluíram dinheiro e joias de Darwin Henrique da Silva Filho, empresário da Esportes da Sorte — empresa de apostas on-line que patrocina times de futebol. O advogado Pedro Avelino, representante do empresário, concedeu entrevista à TV Globo para explicar o caso.
“É importante registrar que a gente já se colocou à disposição da autoridade policial há mais de um ano e meio”, disse. “A nossa casa está de portas abertas para apresentar documentos, esclarecer dúvidas e prestar apoio irrestrito a qualquer ação investigatória. Atuamos sempre com muita transparência e lamentamos o fato de, no momento, estarmos às escuras, sem acesso aos autos do inquérito e aos motivos da ação policial.”
As investigações contaram com o apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco, do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro, do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Interpol e das polícias civis de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás.