A série “Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos de Pais” foi inspirada no caso dos irmãos Menendez, jovens da elite americana que assassinaram seus próprios pais com 12 tiros em 1989.
Alcançando o posto de produção de língua inglesa mais vista da Netflix na semana de sua estreia, a ficção fez algumas adaptações que alteraram os fatos da cronologia do crime e do julgamento. Veja algumas das diferenças entre a série e a história real.
Relação de O.J. Simpson com os irmãos Menendez
O caminho do irmão mais novo, Erik Menendez, cruzou com o do ex-jogador de futebol americano, O.J. Simpson — que assassinou a esposa em 1994 — em uma prisão em Los Angeles.
Diferente do que a série retrata, a conversa entre eles enquanto estavam em celas adjacentes durou cerca de dez dias, de acordo com o livro “The Menendez Murders: The Shocking Untold Story of the Menendez Family and the Killings that Stunned the Nation” (em português, “Os Assassinos Menendez: A chocante história não contada da família Menendez e os assassinatos que chocaram a nação”), de Robert Rand.
Mas essa não foi a primeira vez que os dois se encontraram. O pai dos irmãos, José Menendez, trabalhou por um período em uma empresa que o ex-jogador fez comerciais.
Simpson chegou a ir à casa da família, quando conheceu os irmãos ainda em sua infância.
Por a série cortar grande parte do diálogo que existiu nos companheiros de prisão, a internet supôs que o tema da próxima temporada de “Monstros” pode ser a história de O.J. Simpson.
O reencontro
Em “Monstros”, os irmãos são enviados juntos para a prisão, mas isso não aconteceu na vida real. Eles foram encarcerados em penitenciárias separadas e passaram 22 anos apenas se comunicando por cartas.
Em 2018, Lyle e Erik foram reunidos em um presídio na Califórnia. De acordo com relatos, o momento do encontro foi emocionante — eles se abraçaram e choraram após décadas separados.
Os dois permanecem juntos até hoje, cumprindo pena de prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional.
Hora da morte
A cena do crime não foi retratada fielmente na série da Netflix. Na produção, os irmãos ameaçam os pais com espingardas — recurso usado para dar emoção à narrativa.
Entretanto, a perícia identificou que o tiro que matou José o atingiu na parte de trás da cabeça. A prova mostra, então, que ele não sabia que seria atingido pelo filho.
A história da mãe foi contada como a realidade: ela tentou escapar após ser atingida, mas Lyle buscou mais munição e a matou.
Álibi
De acordo com os fatos obtidos pela investigação, no dia do crime, os irmãos ficaram na casa em que mataram os pais após os homicídios.
Nos depoimentos, mentiram dizendo que tinham passado a noite fora para tentar encobrir a verdade.
Mas, em “Monstros”, os atores que interpretam Lyle e Erik vão até um cinema e passam por um restaurante para tentar criar um álibi ao serem vistos por outras pessoas.
Acusação de incesto
Alguns episódios da série da Netflix insinuam que os irmãos teriam uma relação amorosa, o que configuraria um incesto.
Entretanto, de acordo com o livro de Robert Rand, isso é ficção. Ele comenta que a narrativa se aproveitou de boatos que surgiram na época dos crimes para explicar a motivação dos homicídios.