Na sequência dos ataques a instalações nucleares do Irã por parte de Israel, em uma ofensiva que busca exaurir uma lista de possíveis alvos, o governo iraniano respondeu com o lançamento de mais de 150 mísseis balísticos e drones em direção ao território israelense, com ao menos três mortes no lado israelense e dezenas de feridos. Neste sábado, 14, os iranianos voltaram a bombardear o território israelense.
A distância entre Israel e Irã é de aproximadamente 1,5 mil km. Cada míssil balístico lançado pesa entre 700 kg e 1 tonelada — e nem sempre o sistema antiaéreo israelense, o Domo de Ferro, consegue interceptá-los totalmente.
Contudo, em meio ao aumento da tensão, o ministro das Relações Exteriores do Irã afirmou estar disposto a retomar negociações com os Estados Unidos. A condição para isso seria um pedido para que Israel cesse imediatamente seus ataques.
Essa disposição, justificou o chanceler, nasce da percepção de que a ameaça de derrubada do regime dos aiatolás é mais grave e imediata do que a continuidade do programa atômico.
De fato, Israel prioriza ataques a instalações atômicas, mas, segundo o Irã, ações militares coordenadas com o objetivo de desestabilizar o regime têm sido implementadas com apoio dos Estados Unidos. Cessar com os ataques não é, no momento, o interesse de Israel, que quer antes esgotar sua lista de alvos, ou seja, instalações atômicas.
Relação entre Israel, Irã e aliados

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ex-presidente Donald Trump estariam alinhados desde o início nessa estratégia conjunta. Inclusive com a recente rodada de negociações entre EUA e Irã, ocorrida nas últimas semanas.
O governo israelense mentém o foco em desestruturar o poder dos aiatolás, em meio à narrativa de que o povo iraniano é favorável a Israel e em maioria contrária ao regime — cerca de 85% da população.
Israel ressalta que percebe o momento atual como uma janela de oportunidade para que a população iraniana aproveite e promova uma “mudança de regime”. Antes da Revolução Islâmica, a comunidade judaica no Irã era uma das mais antigas do mundo.
Até o momento, não houve qualquer ameaça concreta por parte de aliados do Irã como China, Rússia ou Paquistão. Contudo, o posicionamento do Brasil — descrito em tom crítico por autoridades israelenses — tenha sido considerado “desagradável”. Vale lembrar que o Irã envia mais de 80% de seu petróleo à China, o que garante a Pequim grande influência econômica sobre Teerã.
Fontes afirmam que alguns alvos estão sendo deixados de lado, possivelmente para servir como contrapartida em futuras negociações, ou para manter opções caso o Irã decida atacar diretamente os EUA. Nesse caso, haveria alvos disponíveis e restantes para uma eventual retaliação norte-americana.