O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) subiu a projeção de inflação para este ano de 4% para 4,4%. As informações constam em um relatório publicado nesta quinta-feira, 26.
A análise também elevou as estimativas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 3,8% para 4,2%.
No estudo, o Ipea avalia que o ambiente inflacionário brasileiro tem se tornado menos favorável, o que aumenta as expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) e para o INPC.
O instituto também cita alguns fatores que sinalizam um processo de desinflação mais lento do que o projetado no último trimestre.
Entre eles, estão o impacto do desempenho da atividade sobre o mercado de trabalho aquecido, a aceleração dos preços dos serviços livres, os efeitos da desvalorização cambial e novos focos de pressão sobre os preços de alimentos e combustíveis.
Em agosto, a inflação brasileira registrou alta de 4,2% em 12 meses, puxada, especialmente, pelos reajustes de serviços livres e dos preços administrados.
“Ainda que em menor intensidade, as altas apontadas pelos alimentos e pelos bens industriais refletem a aceleração dos preços, agrícolas e industriais, no atacado”, diz o Ipea.
“Isso reflete o aumento dos custos de matérias-primas, originados tanto pela aceleração das cotações das commodities no mercado internacional, quanto pela forte desvalorização cambial”, acrescenta o instituto, em nota.
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Ipea vê alta na inflação de bens industriais e de serviços livres
O estudo também relacionou a revisão das projeções à piora na trajetória dos serviços livres, dos bens industriais e dos preços administrados.
Em relação à alimentação no domicílio, considerando a pressão causada pelos efeitos da seca sobre a produção de cereais, carnes, frutas e legumes, a taxa de inflação prevista passou de 5,9% para 5,6%.
Já a expectativa para o índice de bens industriais e de serviços livres subiu de 2,1% e 4,6% para 2,4% e 5%, respectivamente.
Por fim, a estimativa para a inflação dos preços administrados em 2024 também foi revista para cima, de 4% para 4,7%, impulsionada pelo aumento dos combustíveis e da energia elétrica.