Uma operação da Polícia Civil do Mato Grosso (PCMT), empenhada nesta quinta-feira, 27, cumpre 422 mandados contra um grupo investigado pelo uso de empresas falsas na lavagem de mais de R$ 100 milhões. O dinheiro é proveniente do tráfico de drogas e outros crimes aplicados em Mato Grosso e Goiás.
A Operação Carga Pesada abrange os municípios de Querência, Canarana, Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Aragarças, Jussara, Goianira e Goiânia.
De acordo com o inquérito da PCMT, o grupo criminoso utiliza empresas do agronegócio — muitas delas de fachada — para fraudar, desviar, furtar ou roubar carregamentos de grãos e ocultar os valores obtidos de atividades ilícitas. Os criminosos estão ativos desde 2020.
“A investigação teve como alvo 60 pessoas jurídicas (empresas) e 37 pessoas físicas”, explicou o delegado Pablo Borges Rigo. “Essas pessoas estão usando as empresas para prática do crime de lavagem de dinheiro, oriundas de crimes de estelionato, furto, golpes e relacionado também ao tráfico de drogas, que é o desdobramento da operação.”
Resultados das ações contra as falsas empresas do agro
A Justiça determinou as seguintes ordens: 39 mandados de busca e apreensão, 97 quebras de sigilos fiscais, 97 quebras de sigilos bancários, 97 sequestros de bens, 18 sequestros de veículos, 21 suspensões de atividades de empresas, 14 manutenções de suspensão da atividade de empresas e 39 quebras de sigilo de dados.
Durante as buscas, as equipes apreenderam 122 quilos de cocaína, escondidos em caixas no banco traseiro de uma caminhonete em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá. A droga apreendida está avaliada em mais de R$ 10 milhões.
Ainda conforme as investigações, o grupo criminoso possuía um grande número de empresas que ocultavam os ganhos e movimentavam milhões.
Aproximadamente 180 policiais civis, 42 viaturas e uma aeronave participaram da operação, com apoio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz).