A Intelsat anunciou nesta segunda-feira, 21 de outubro, a perda total de um de seus principais satélites de comunicações, o Intelsat-33e. O satélite fabricado pela Boeing sofreu uma falha grave em 19 de outubro, interrompendo suas operações e gerando a necessidade de redistribuição dos clientes para outras plataformas.
A empresa, em colaboração com a Boeing e órgãos governamentais, está investigando a causa do problema. Segundo nota da Intelsat, uma Comissão de Revisão de Falhas foi convocada para realizar uma análise abrangente da anomalia.
O satélite, que estava em operação desde janeiro de 2017, apresentou falha prematura, já que deveria funcionar entre 15 e 20 anos. A Intelsat mencionou que, com base nas informações disponíveis, é improvável que o satélite seja recuperável. A Força Espacial dos EUA começou a monitorar os fragmentos resultantes da quebra, enquanto empresas de rastreamento também indicam um número crescente de detritos em órbita.
O satélite experimentou uma anomalia em 19 de outubro, resultando na perda de energia e serviço para os clientes. Estamos trabalhando em estreita colaboração com a Boeing, o fabricante do satélite, para resolver a situação. Com base nas informações disponíveis, acreditamos que é improvável que o satélite seja recuperável.
Intelsat em nota
Falha inesperada em satélite após sete anos de operação
- O Intelsat-33e estava em operação desde janeiro de 2017, após ser lançado em agosto de 2016 por meio de um foguete Ariane 5 da Arianespace.
- Localizado em órbita geoestacionária, a cerca de 35.786 quilômetros da Terra, o satélite deveria ter uma vida útil de 15 a 20 anos, mas sofreu uma falha muito antes do previsto, tendo funcionado por apenas sete anos.
- Logo após o incidente, a Força Espacial dos EUA começou a monitorar aproximadamente 20 fragmentos gerados pela ruptura do satélite.
- Empresas de rastreamento espacial também relataram o aumento desse número: a suíça s2a Systems contabilizou 40 fragmentos, enquanto a americana ExoAnalytic Solutions detectou 57 pedaços, que podem representar riscos para outros satélites em órbita geoestacionária.
- Segundo o CEO da ExoAnalytic, Douglas Hendrix, a empresa está em contato com as entidades potencialmente afetadas pela presença desses fragmentos no espaço.
Impacto regional
A Intelsat afirmou que a falha afetou clientes na Europa, África e regiões do Pacífico Asiático, mas não divulgou o número exato de impactados. A empresa garantiu que está em diálogo ativo com todos os clientes afetados e que os planos de migração e restauração de serviços estão em andamento. Representantes da Intelsat estão em contato direto com as entidades impactadas.
Histórico de problemas
Essa não é a primeira falha enfrentada pela Intelsat com satélites de sua frota. O antecessor do Intelsat-33e, o Intelsat-29e, também apresentou problemas significativos, sendo declarado inutilizável após apenas três anos de operação, em 2019. Na época, a empresa apontou possíveis causas como falha de fiação devido à maior atividade solar ou até colisão com micrometeoritos.
Além disso, o próprio Intelsat-33e já havia tido sua vida útil reduzida para 12,5 anos devido a problemas no sistema de propulsão, revelados em 2017.
Satélites em órbitas mais baixas não são afetados
Apesar do evento, satélites em órbitas muito mais baixas, como os da constelação Starlink da SpaceX, não devem ser afetados.
Enquanto o Intelsat-33e estava em uma órbita de aproximadamente 35.786 quilômetros, os satélites Starlink operam a apenas 550 quilômetros de altitude, uma distância significativamente inferior.