Quando o assunto é um mundo mais sustentável, a inteligência artificial pode ser uma grande uma aliada nesse processo. Especialistas no assunto acreditam que não é possível evoluir se a tecnologia não estiver caminhando junto. No entanto, caso o investimento que existe no setor não seja destinado para quem mais precisa, pode acabar sendo um desperdício do potencial dessa tecnologia.
O assunto foi debatido na cúpula FII PRIORITY, em Miami, organizada pelo Instituto FII. O evento começou nesta quinta-feira (22) e ocorre até amanhã (23).
“A procura global de energia continua ultrapassando o crescimento que existe em energia limpa, renovável, fornecimento e capacidade energética”, explica Marco Arcelli, CEO da ACWA Power, empresa que é proprietária de usinas de geração de energia e produção de água dessanilizada – ou seja, que transforma água salgada em água para consumo.
“Vivemos em um mundo onde milhões e milhões de pessoas não tem acesso a água potável. 80% dessas pessoas estão localizadas no Sul Global. Precisamos melhorar as condições de vida delas”, acrescenta.
No entendimento das lideranças que participam da cúpula FII Priority, é preciso uma mudança radical na abordagem. Segundo eles, a inteligência artificial é fundamental para elevar os padrões de vida das populações que necessitam de apoio ou de coisas básicas no mundo.
Um exemplo citado é o da Arábia Saudita. Nos últimos anos, o país passou a investir em soluções tecnológicas almejando construções sustentáveis e com baixas emissões de carbono. Um exemplo é o projeto da cidade “The Line“, que será construída no meio do deserto e pretende ter uma das menores pegadas de carbono do mundo. A cidade está prevista para ser entregue na Arábia Saudita em 2030.
“Estamos acompanhando um movimento saudita de vanguarda na utilização da tecnologia”, explica Arcelli. “Estão melhorando os painéis solares, otimizando a dosagem de produtos químicos na dessalinização da água e tornando, cada vez mais, o processo mais eficiente”.
Brasil no centro das discussões sobre inteligência artificial
Ainda segundo especialistas, falar em transição energética significa falar de países com potencial para desenvolvimento nesse setor. “Estamos trabalhando, focados, nas inovações tecnológicas climáticas. O objetivo é avançar em tecnologias para combater de forma eficaz as alterações climáticas”, explica Richard Attias, CEO do FII Institute.
Um desses países é o Brasil, com possibilidade não apenas para tecnologias que mitiguem os efeitos das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global, como para desenvolvimento na transição energética.
“Temos uma agenda voltada para cidades “vibrantes” como Miami, Rio de Janeiro, Riade”, explica Attias. “Cada local desse serve como um farol para inovação, colaboração e aprendizagem”
Há a previsão de que representantes do fundo de investimento saudista estejam no Rio de Janeiro em 2024 para conversar com empresários sobre possíveis acordos de negócios.
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