Um estudo do Fórum Econômico Mundial projetou mudanças drásticas no mercado de trabalho nos próximos cinco anos e destacou a substituição de diversas profissões pelo avanço da inteligência artificial (IA) e da automação.
O Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2025 mostra que, embora novos postos de trabalho sempre surjam, muitas ocupações tradicionais estão em declínio acelerado. Segundo a pesquisa, as tecnologias “estão transformando radicalmente o mercado de trabalho global” e eliminarão milhares de postos de trabalho.
O levantamento foi realizado com mais de mil empregadores ao redor do mundo, que representam 14 milhões de trabalhadores em 22 setores diferentes. Os dados mostram que cerca de 92 milhões de empregos serão eliminados globalmente, o que representa 8% da força de trabalho atual, até 2030.
O relatório destaca que os setores mais impactados são aqueles que dependem de tarefas repetitivas e administrativas, especialmente os relacionados a suporte operacional, serviços financeiros e atendimento ao cliente.
Confira as profissões que devem desaparecer até 2030, com o avanço da inteligência artificial
- Digitadores e operadores de entrada de dados: O relatório argumenta que “o avanço das ferramentas de automação e processamento de texto por IA reduzirá drasticamente a necessidade de profissionais responsáveis por entrada manual de dados”;
- Caixas de supermercado e bilheteiros: Com a popularização dos sistemas de autoatendimento e pagamentos digitais, a tendência é que “as interações presenciais para compras e transações sejam reduzidas a níveis mínimos”;
- Atendentes de telemarketing: Softwares de atendimento virtual e chatbots inteligentes substituem o contato humano em serviços de suporte. Segundo o estudo, “o uso de inteligência artificial nos serviços de atendimento ao consumidor pode eliminar até 60% das funções atuais neste setor”;
- Operadores de máquina de impressão: O declínio da mídia impressa e a digitalização de documentos fazem com que “a necessidade de profissionais na indústria gráfica caia a níveis irrelevantes em muitos países desenvolvidos”;
- Assistentes administrativos e secretários executivos: Com a automação de processos empresariais, muitas funções tradicionalmente desempenhadas por assistentes serão absorvidas por sistemas de gerenciamento digital;
- Funcionários de serviços postais: O avanço das comunicações digitais reduziu drasticamente a demanda por correspondência física, o que torna esta profissão uma das mais ameaçadas;
- Bancários e caixas de banco: “Os bancos digitais e as plataformas de pagamento descentralizado estão transformando o setor bancário e reduzindo a necessidade de funcionários em agências físicas”, destaca o estudo;
- Trabalhadores do setor gráfico e editorial: Com a digitalização da produção de conteúdo e o avanço das ferramentas de design automatizadas, profissionais deste setor tendem a perder espaço;
- Corretores de seguros e agentes financeiros: Algoritmos preditivos e plataformas de inteligência artificial assumem boa parte das funções que antes exigiam a intermediação humana no setor financeiro;
- Revisores de textos e tradutores: “Softwares de IA generativa e tradutores automáticos avançados já estão superando a precisão de revisores e tradutores humanos em diversas aplicações comerciais”, diz o relatório;
- Funcionários de controle de estoque e almoxarifes: A automação e o uso de sistemas inteligentes de gerenciamento de estoques devem reduzir drasticamente a necessidade de mão de obra neste setor;
- Trabalhadores de suporte técnico básico: O desenvolvimento de assistentes virtuais e IA generativa especializada tende a substituir profissionais responsáveis por suporte de nível inicial;
- Agentes de viagens: A digitalização e a automação das plataformas de reservas on-line eliminam a necessidade de intermediários humanos na organização de viagens;
- Controladores de transporte público: Sistemas de monitoramento automatizados e inteligência artificial aplicada ao tráfego tendem a eliminar estas funções;
- Analistas contábeis e fiscais: O relatório argumenta que “a inteligência artificial e os softwares de automação financeira reduzirão significativamente a demanda por analistas especializados em tarefas contábeis de rotina”;
Apesar das projeções para estes setores, o estudo também prevê que cerca de 170 milhões de novos empregos devem surgir até 2030, com destaque para áreas ligadas à tecnologia, sustentabilidade e saúde.
Por isso, o relatório recomenda que governos e empresas invistam em programas de capacitação profissional para mitigar os impactos da automação.
“Os trabalhadores precisam se adaptar rapidamente às novas exigências do mercado, buscando aprimoramento em áreas estratégicas como ciência de dados, inteligência artificial e engenharia de software“, sugere o documento.
Confira as profissões que mais devem crescer até 2030
- Especialistas em inteligência artificial e machine learning: O crescimento da IA levará a uma grande demanda por profissionais capazes de projetar, gerenciar e otimizar algoritmos avançados;
- Analistas e cientistas de dados: Com a explosão da coleta de dados, empresas precisarão de especialistas para analisar grandes volumes de informações e gerar ideias estratégicas;
- Engenheiros de software e desenvolvedores de aplicações: O aumento da digitalização exige profissionais para criar plataformas, aplicativos e sistemas inteligentes;
- Especialistas em cibersegurança: Com a crescente ameaça de ataques cibernéticos, empresas e governos precisarão reforçar a segurança digital;
- Especialistas em sustentabilidade: O relatório destaca que “o combate às mudanças climáticas criará milhões de empregos na área de transição energética, incluindo engenharia ambiental e gestão de carbono”;
- Profissionais de saúde digital e biotecnologia: O setor de saúde passará por uma revolução tecnológica e demandará especialistas em telemedicina, biotecnologia e engenharia biomédica;
- Engenheiros e técnicos em energias renováveis: O crescimento das fontes de energia limpa impulsionará a demanda por profissionais na área de energia solar, eólica e hidrogênio verde;
- Gestores de transformação digital: Empresas precisarão de especialistas que liderem processos de digitalização e adaptação às novas tecnologias;
- Especialistas em blockchain e Web3: Com a descentralização financeira e o crescimento dos contratos inteligentes, a demanda por estes profissionais aumentará;
- Profissionais de marketing digital e experiência do usuário: O crescimento das plataformas digitais exigirá especialistas em otimização da experiência do consumidor;
O relatório enfatiza que a transição para este novo mercado de trabalho exigirá um grande investimento em requalificação profissional. “Empresas e governos devem criar programas de aprimoramento e requalificação para garantir que a força de trabalho possa se adaptar às novas exigências do mercado”, afirma o estudo.
Diante destas transformações, o Fórum Econômico Mundial conclui que os profissionais que buscarem capacitação contínua e adquirirem habilidades digitais terão maiores chances de prosperar no futuro do trabalho.