O inquérito da Polícia Federal (PF) sobre o ataque de um homem-bomba em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, será encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes.
A Corte avalia o incidente como parte dos “atos antidemocráticos” investigados pelo magistrado, podendo atrasar a conclusão de outras investigações, como as das “fake news” e das milícias digitais.
Na noite da quarta-feira, 13, o ministro autorizou buscas em endereços ligados a Francisco Wanderley Luiz. Ele morreu depois de detonar artefatos explosivos em frente ao edifício-sede do STF, na Praça dos Três Poderes.
As buscas ocorreram em uma casa alugada por Francisco Luiz em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, e em um trailer estacionado perto da Câmara dos Deputados. Em ambos os locais, a Polícia Federal encontrou explosivos, intensificando a investigação em curso sobre o caso.
Explosões em Brasília
Duas explosões na Praça dos Três Poderes resultaram na morte de Francisco Luiz e no incêndio de um carro. A área foi isolada por policiais, o prédio do STF foi evacuado, e uma sessão na Câmara dos Deputados foi interrompida.
A Polícia Civil está investigando o ocorrido, enquanto a Polícia Federal já instaurou um inquérito para aprofundar as apurações.
Segundo um depoimento registrado em boletim de ocorrência, um segurança do STF informou que Francisco Luiz se aproximou do prédio e permaneceu em frente à estátua da Justiça.
Ele estava com uma mochila e apresentou comportamento suspeito ao colocar a mochila no chão e retirar um extintor e uma blusa.
Identidade e histórico de homem-bomba
Nas redes sociais, Francisco Luiz era conhecido como Tiü França. Ele foi candidato a vereador em Rio do Sul, Santa Catarina, nas eleições municipais de 2020, recebendo 98 votos, insuficientes para se eleger.
Na época, ele declarou um patrimônio de R$ 263 mil, incluindo três veículos, uma moto e um prédio residencial de dois pavimentos em Rio do Sul.