quinta-feira, novembro 21, 2024
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Inglaterra é palco de manifestações violentas depois do assassinato de meninas

Manifestantes incendiaram e invadiram hotéis usados como abrigos para requerentes de asilo no norte da Inglaterra no domingo, 4, durante a maior agitação social do país em anos. Os protestos começaram na terça-feira 30 depois depois do assassinato de três meninas em Southport, no noroeste da Inglaterra, no início da semana.

Bebe King, 6 anos; Elsie Dot Stancombe, 7; e Alice Dasilva Aguiar, 9, foram atingidas com facadas e não resistiram aos ferimentos. Ao todo 11 pessoas foram feridas com golpes de faca durante uma aula de dança na segunda-feira 29.

Segundo a BBC, o assassino se chama Axel Rudakubana e tem 17 anos.

A imprensa britânica afirma que ativistas contrários à imigração na Inglaterra teriam divulgado a informação de que Axel Rudakubana era de um imigrante e ligado a grupos terroristas islâmicos. Mas ele teria nascido na Grã-Bretanha, segundo a BBC e outros veículos de imprensa.

Essa informação falsa sobre a nacionalidade de Rudakubana teria motivado os violentos protestos e o incêndio em um hotel utilizado por imigrantes. Mais de 150 pessoas foram presas até agora.

Hotéis no norte da Inglaterra foram vandalizados e incendiados

Imagens geolocalizadas pela CNN mostram manifestantes vandalizando e incendiando dois hotéis no norte da Inglaterra: um em Tamworth, criticado por abrigar requerentes de asilo, e outro em Rotherham.

Em Tamworth, manifestantes lançaram projéteis, quebraram janelas e incendiaram locais, insultando um policial, segundo autoridades locais. Em Rotherham, manifestantes usaram tábuas de madeira e extintores de incêndio contra policiais, incendiaram objetos perto do hotel e quebraram janelas, relatou a polícia.

O hotel em Rotherham estava “cheio de residentes e funcionários aterrorizados”, afirmou o chefe assistente Lindsey Butterfield.

Primeiro-ministro britânico condena protestos: ‘Banditismo de extrema direita’

Keir Starmer, do Reino Unido, durante o Fórum Econômico Mundial
Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, condenou os protestos | Foto: Benedikt von Loebell/Fórum Econômico Mundial

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenou os protestos violentos do fim de semana, que resultaram na prisão de pelo menos 147 pessoas desde a noite de sábado 3. Starmer alertou que os envolvidos enfrentarão toda a força da lei.

“As pessoas neste país têm o direito de estar seguras e, no entanto, vimos comunidades muçulmanas sendo alvo de ataques, outras comunidades minoritárias isoladas, saudações nazistas nas ruas, ataques à polícia, violência desenfreada juntamente com retórica racista. Portanto, não, não hesitarei em chamar isso pelo que realmente é: banditismo de extrema direita”, disse Starmer de Downing Street no domingo 4.

Referindo-se às cenas violentas em Rotherham, Starmer descreveu “gangues saqueadoras que tentam violar a lei” e destacou que os desordeiros violentos não “representam o nosso país”.

Ações do governo

O ministro da Polícia do Reino Unido afirmou que haverá uma abordagem “rápida” aos manifestantes de extrema direita que causaram distúrbios, mas descartou a necessidade de levar o Exército para as ruas

Em entrevista à BBC, Dame Diana Johnson destacou que o plano é realizar detenções e acusações rápidas, para retirar os manifestantes das ruas o mais rápido possível e evitar novos distúrbios.

A agitação violenta é a pior desde os tumultos de 2011 e representa um enorme desafio para o governo trabalhista de Keir Starmer, poucas semanas depois de assumir o poder.

No domingo 4, o Ministério do Interior do Reino Unido anunciou que as mesquitas no país receberão “maior proteção com nova segurança de emergência” devido aos recentes ataques.



Via Revista Oeste

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