quinta-feira, maio 15, 2025
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Influenciadora que exibe vida de luxo aparece como assentada

Michele Zavodini, influenciadora conhecida por sua vida de luxo nas redes sociais, foi registrada como beneficiária de um assentamento vinculado ao Programa Nacional de Reforma Agrária. A informação é do portal Repórter Brasil.

No final de 2024, a Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Planalto (Assoplan), que representa pequenos produtores rurais em Mato Grosso, denunciou sua inclusão ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), alegando que o estilo de vida de Michele não se alinha aos critérios socioeconômicos do programa.

A denúncia foi enviada à Defensoria Pública da União (DPU) e ao Ministério Público Federal (MPF), destacando também outros dois beneficiários: Karen Larissa Torres, servidora pública, e um fazendeiro, ambos inseridos no cadastro na mesma data que Michele.

Segundo a legislação, funcionários públicos e pessoas com renda superior a três salários mínimos são inelegíveis. O Incra bloqueou os cadastros de Michele e do fazendeiro, mas o cadastro de Karen permanece ativo.

Conexões da influenciadora

O Projeto de Assentamento Tapurah/Itanhangá, criado em 1995 para beneficiar mais de mil famílias em uma área de 115 mil hectares. Os assentados alegam que enfrentam desafios em decorrência de uma suposta apropriação por grandes produtores de soja.

Documentos do MPF e da Polícia Federal indicam a transferência irregular de mais de mil lotes, frequentemente envolvendo ameaças e o uso de “laranjas”. No ano passado, a Justiça Federal determinou a retomada de 170 lotes, mas a disputa pela posse continua.

Michele Zavodini tem conexões familiares com fazendeiros da região. Seu irmão, Leandro Zavodini, é um destacado produtor de soja e venceu um torneio de pôquer, ganhando R$ 3,5 milhões.

O que dizem os envolvidos

Fachada do do Palácio do Desenvolvimento que agrega o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); órgão confirmou o cadastro de Michele, Leandro e Karen | Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Michele trabalhou no escritório de Leandro antes de se tornar influenciadora. Em uma entrevista, ela relatou ter se mudado para o norte de Mato Grosso para ficar mais próxima da família, sem mencionar o assentamento. Procurada por jornalistas, Michele afirmou não estar ciente e, portanto, não comentou.

Leandro também foi contatado, mas não autorizou a publicação de seu nome. Karen Larissa Torres, assessora jurídica da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, afirmou desconhecer a denúncia e proibiu a vinculação de seu nome a notícias “baseadas em achismos”.

A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso declarou que abrirá uma investigação interna para ouvir a servidora. Alex Stein Fortes, outro nome citado, enfrenta uma ação civil pública por suspeita de posse indevida de um lote, entre outras irregularidades.

O advogado de Fortes não comentou o processo em andamento, destacando que os fatos serão esclarecidos durante o curso legal. O Incra inicialmente confirmou Michele, Karen e Fortes como beneficiários do assentamento, mas depois ajustou a informação, mantendo o cadastro da servidora ativo.

Até a conclusão das análises, os lotes permanecem vinculados aos três e não podem ser redistribuídos a outros beneficiários.

Via Revista Oeste

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