domingo, maio 4, 2025
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Influenciadora é acusada de plágio em livro de receitas; entenda

Duas renomadas autoras de livros de culinária acusaram a influenciadora e dona de confeitaria Brooke Bellamy de plagiar receitas em seu livro best-seller.

Nagi Maehashi, do site RecipeTin Eats, e Sally McKenney, criadora do “Sally’s Baking Addiction”, afirmam que várias receitas do livro “Bake With Brooki”, publicado pela Penguin Random House Australia, foram copiadas de seus próprios trabalhos. Bellamy, que tem dois milhões de seguidores no TikTok, nega as acusações.

Maehashi, autora do best-seller do New York Times “RecipeTin Eats: Dinner”, que tem 1,6 milhão de seguidores no Instagram, detalhou as acusações em uma publicação feita em seu site na terça-feira (29), comparando lado a lado suas versões e as de Bellamy para receitas de caramel slice e baklava.

“Na minha visão, as semelhanças são específicas e detalhadas demais para serem apenas coincidência”, escreveu.

“Decidi me pronunciar porque o silêncio só favorece esse tipo de comportamento. Lucrar em cima de receitas plagiadas é antiético — mesmo que não infrinja direitos autorais — e prejudica a credibilidade de toda a obra”, acrescentou Maehashi.

“É um desrespeito com todo autor que se dedica a criar conteúdo original, sem buscar atalhos.”

Ela também divulgou um trecho de uma carta dos advogados da Penguin enviada ao seu advogado, na qual a editora nega que as receitas tenham sido plagiadas.

“Nossa cliente rejeita respeitosamente as alegações e confirma que as receitas do livro Bake With Brooki foram escritas por Brooke Bellamy”, diz o comunicado, citado por Maehashi.

Tanto o novo livro de Maehashi, “RecipeTin Eats: Tonight”, quanto “Bake With Brooki”, de Bellamy, estão concorrendo ao prêmio Australian Book Industry Awards (ABIA), em 2025.

A CNN internacional entrou em contato com Maehashi e com a Penguin Random House Australia para um posicionamento.

Sally McKenney apoiou Maehashi em uma publicação no Instagram, rede na qual tem um milhão de seguidores.

“Nagi, você sabe o quanto admiro e apoio seu trabalho — e sou muito grata por ter me avisado há alguns meses que uma das minhas receitas (‘O Melhor Bolo de Baunilha que Já Comi’, publicado por mim em 2019) também foi plagiada no livro e aparece no canal da autora no YouTube”, escreveu.

“Criadores de receitas originais, que investem tempo testando e desenvolvendo conteúdo, merecem reconhecimento — especialmente ao se tratar de um livro que está entre os mais vendidos”, completou McKenney, que preferiu não dar mais declarações à CNN internacional.

Em resposta, Bellamy publicou uma nota no Instagram na terça-feira (29), dizendo que já produzia e vendia seu caramel slice havia quatro anos, antes de Maehashi divulgar sua versão no site.

Dona de três unidades da confeitaria Brooki Bakehouse, Bellamy também enviou um comunicado à CNN internacional na quarta-feira (30), dizendo que a repercussão das acusações tem sido “extremamente intensa” e “profundamente angustiante”.

“Eu não copio receitas de outras pessoas. Como muitos confeiteiros, me inspiro em clássicos, mas as criações que vocês veem na Brooki Bakehouse refletem minha experiência, meu paladar e minha paixão pela confeitaria — algo que nasceu ainda na infância, na cozinha de casa com minha mãe”, afirmou.

“Embora a confeitaria permita alguma criatividade, ela também é uma ciência precisa e, por isso, segue fórmulas. É natural que muitas receitas compartilhem etapas e medidas semelhantes — caso contrário, elas simplesmente não funcionam”, acrescentou Bellamy.

Maehashi reconheceu que, do ponto de vista legal, é difícil contestar esse tipo de caso.

“A lei de direitos autorais protege a expressão criativa, não os fatos ou instruções funcionais. Você não pode registrar a ideia de ‘um doce de caramelo sem golden syrup no recheio’, mas pode proteger a forma como essa receita é escrita”, explicou.

“Na prática, isso significa que, se alguém copia um volume considerável do seu texto, pode estar infringindo seus direitos autorais. Mas se a pessoa usa os mesmos ingredientes e passos básicos com suas próprias palavras, normalmente isso não configura infração — mesmo que seja antiético por não haver o devido crédito”, concluiu Maehashi.

 

Via CNN

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