Um novo estudo associou o maior número de ratos a vários fatores, sendo o principal deles o aumento das temperaturas
Apesar dos esforços de autoridades de vários países, os ratos continuam sendo uma presença constante em grandes cidades. No entanto, segundo um novo estudo, o número de roedores tem aumentado expressivamente nos últimos anos.
Os pesquisadores afirmam que esta “infestação” pode ser explicada cientificamente. Diversas causas foram apontadas, mas a principal delas é o aumento das temperaturas provocado pelas mudanças climáticas.
População de ratos tem aumentado em grandes cidades
- No trabalho, os cientistas analisaram dados de 13 das maiores cidades dos Estados Unidos, além de Toronto (Canadá), Tóquio (Japão) e Amsterdã (Países Baixos).
- Estas informações incluíam avistamentos de ratos, captura e relatórios de inspeção dos últimos 12 anos, em média.
- Os resultados revelaram “tendências de aumento significativo” no número dos animais em 11 das cidades analisadas.
- Washington DC, São Francisco, Toronto, Nova York e Amsterdã apresentaram os piores cenários, enquanto apenas três (Nova Orleans, Louisville e Tóquio) tiveram redução na quantidade de roedores.
- A pesquisa associou o aumento dos ratos a vários fatores, incluindo altas densidades populacionais e baixa quantidade de vegetação urbana, mas a principal influência foi o aumento das temperaturas.
- As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Science Advances.
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Calor aumenta atividade dos animais
Os cientistas explicam que os ratos são mamíferos de pequeno porte e que não gostam do frio. As temperaturas mais altas permitem que estes animais passem mais tempo buscando alimento e se reproduzindo, o que gera um aumento populacional expressivo.
Isso significa que um clima mais quente e prolongado, em função das mudanças climáticas, oferece meios para que os roedores se proliferem. Nestas condições, até mesmo os odores de comida e lixo podem ser detectados mais facilmente por estas criaturas.
Pesquisadores alertam que vários problemas estão relacionados ao aumento das populações de ratos. Os animais causam danos estimados em US$ 27 bilhões a cada ano nos EUA, além de representarem graves riscos à saúde humana, sendo associados mais de 50 doenças. Há também evidências crescentes de que os roedores têm “grandes impactos na saúde mental” das pessoas que vivem ao redor deles.
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital
Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.