Vem aí, mais um capítulo importante na história da exploração espacial! A Índia revelou que pretende lançar, dentro de quatro anos, a missão Chandrayaan-4, que tem como objetivo retornar amostras do polo sul da Lua.
Lembrando que a missão antecessora, Chandrayaan-3, foi a única no mundo, até o momento, a pousar naquela região, fazendo a Índia se destacar no cenário da exploração lunar.
De acordo com o site Space.com, o anúncio foi feito pelo presidente da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), S. Somanath, durante uma palestra em Nova Delhi na semana passada.
Segundo ele, a missão Chandrayaan-4 pretende coletar aproximadamente três quilos de amostras lunares de uma região rica em gelo de água, localizada próximo ao polo sul da Lua. Após a coleta, as amostras serão trazidas para a Terra.
Índia aposta no fortalecimento da economia espacial
Este projeto faz parte de uma série de iniciativas recentemente aprovadas pelo governo indiano, que investirá 21 bilhões de rúpias (cerca de R$1,44 bilhão) para fortalecer sua economia espacial.
Somanath destacou que, embora os EUA e a Rússia tenham realizado missões de retorno de amostras no passado, a realização de uma missão desse tipo nos dias de hoje representa um desafio significativo e um alto custo. “Estamos explorando maneiras de realizar essa missão de forma econômica”, garantiu.
A arquitetura da missão envolve cinco módulos de espaçonaves, que necessitarão de dois lançamentos utilizando o foguete LVM-3, o mais potente da ISRO.
O primeiro lançamento transportará um módulo de pouso e um veículo que coletará as amostras. O segundo lançamento incluirá um módulo de transferência e um módulo de reentrada que permanecerá em órbita lunar. O módulo de transferência conduzirá as amostras da superfície lunar até o módulo de reentrada, que retornará à Terra para um pouso seguro.
Para testar o acoplamento em órbita entre as espaçonaves, um experimento de acoplamento espacial avaliado em mais de R$80 milhões será lançado no fim deste ano ou no início de 2025. Além disso, a ISRO está desenvolvendo tecnologias, como um braço robótico para escavação lunar e um mecanismo de perfuração que permitirá coletar amostras a alguns metros de profundidade.
Embora a região de pouso exata ainda não tenha sido divulgada oficialmente, informações anteriores indicaram que a missão pode pousar nas redondezas do Shiv Shakti Point, próximo ao polo sul lunar, onde a Chandrayaan-3 já pousou. O interesse pela região se deve à suspeita de que o gelo de água possa ser extraído para apoio à vida e combustível de foguete.
Astronautas indianos podem pisar na Lua até 2040
Recentemente, a NASA escolheu nove locais de pouso candidatos na mesma área para a missão Artemis 3, que será a primeira com astronautas na Lua. A China também planeja missões com foco no polo sul e busca enviar astronautas à Lua até 2030.
Após a missão Chandrayaan-4, a ISRO planeja a Chandrayaan-5, uma colaboração com o Japão. O projeto, também conhecido como Exploração Polar Lunar (LUPEX), contará com um rover de 350 kg, que será significativamente mais pesado que o Pragyan, de 27 kg, que participou da missão anterior.
Essas iniciativas fazem parte de um ambicioso plano da Índia para pousar astronautas na Lua até 2040 e estabelecer uma base lunar antes de 2050. Somanath expressou entusiasmo ao afirmar que a equipe está comprometida em desenvolver e implementar a complexa missão Chandrayaan-4 até 2028.