A onda de calor extremo provocada pelo fenômeno climático El Niño tem gerado diversos incêndios florestais no Chile. O fogo começou a ganhar força na última sexta-feira (2). As regiões de Viña del Mar e Valparaíso, que são destinos turísticos bastante procurados, estão entre as áreas mais atingidas.
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Equipes de resgate continuam trabalhando no combate às chamas nesta segunda-feira (5). Pelo menos 112 pessoas morreram e centenas estão desaparecidas, segundo os dados mais recentes.
O presidente Gabriel Boric afirmou que o país enfrenta uma “tragédia de grande magnitude”. Esse é o pior desastre natural registrado no Chile desde 2010, quando um terremoto deixou cerca de 500 mortos.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o tamanho do desastre:
Os incêndios em números
- De acordo com o Ministério do Interior, cerca de 14 mil casas foram danificadas pelos incêndios somente nas áreas de Viña del Mar e Quilpué.
- A pasta acrescenta que os incêndios que mais preocupam, pelo seu rápido avanço e intensidade, são os que afetam o Complexo Las Tablas, em Viña del Mar, que já consumiu mais de 6.800 hectares.
- O fogo também se espalha pela região costeira de Valparaíso, onde vivem quase um milhão de pessoas, e onde ficam a sede do Congresso e um dos principais portos do país.
- Diante da situação de emergência, o governo resolveu implementar um toque de recolher a partir das 21h nas regiões mais atingidas.
- Além disso, militares foram convocados para ajudar os bombeiros no combate às chamas.
- O presidente Gabriel Boric anunciou que vai decretar um período de luto nacional de dois dias a partir desta segunda-feira porque, segundo ele, “todo o Chile está sofrendo e chorando nossos mortos”.
As informações são do G1.
Tragédia anunciada
O calor excessivo combinado ao tempo seco e a fortes ventos também levaram a uma série de incêndios florestais na Colômbia recentemente.
Mesmo o Chile já havia sofrido com o problema no ano passado, quando as chamas deixaram 27 mortos e afetaram mais de 400 mil hectares.
A diferença para este ano são: a ventania e a localização dos focos de incêndio.
O fogo está se espalhando muito rápido, por causa da velocidade do vento, em regiões próximas a zonas urbanas, afetando pessoas, casas e outras instalações. O registro é de bairros inteiros destruídos.
Vale destacar que os incêndios florestais não se limitam apenas à América do Sul. Foram registrados episódios parecidos nos últimos meses no Canadá, na Grécia e no Havaí.
O Hemisfério Norte, aliás, tende a sofrer mais com esse tipo de fenômeno natural no segundo semestre, quando ocorre o verão por lá.
De acordo com cientistas, a explicação para esse aumento recente está no clima – e na ação do homem.
Estudos apontam que as mudanças climáticas tornaram os incêndios florestais extremos 25% mais frequentes.