Os incêndios no Pantanal voltaram a afetar gravemente a fauna da região, com várias espécies, como onças-pintadas, cotias e antas, sofrendo as consequências das chamas. A situação relembra a devastação de 2020, quando 17 milhões de vertebrados morreram por causa do fogo.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, de 1º de janeiro até o último domingo, 4, entre 1 milhão e 1,1 milhão de hectares do Pantanal foram queimados — o que representa 6,8% a 8,3% do bioma. Em 2020, 30% da área foi afetada. A Estância Caiman, que abriga uma reserva natural, teve 80% de seus 53 mil hectares atingidos pelo fogo recentemente.
Alto número de incêndios no Pantanal em 2024
Cientistas ainda não determinaram o número de animais mortos em 2024. O Pantanal, maior área alagável do mundo, abriga diversas espécies de aves, mamíferos e plantas. Entre janeiro e esta terça-feira, 8, foram registrados 6.655 focos de calor — aumento de quase 2 mil por cento, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em nota, a administração da Caiman descreveu o incêndio como uma “queimada sem precedentes” e suspendeu suas atividades hoteleiras até 28 de setembro para focar na recuperação e no combate ao fogo.
“Nossa prioridade e nosso propósito são — e sempre foram — a conservação da fauna e da flora, as milhares de espécies que encontram aqui uma morada segura”, alegou a administração, nas redes sociais. “Pelos próximos dois meses, portanto, vamos fechar nossa operação hoteleira e, assim, focar nossos esforços na recuperação desta biodiversidade tão fundamental ao planeta.”
Na terça-feira 8, a BR-262 entre Miranda e Corumbá foi interditada por causa do fogo nas margens da estrada. A fumaça invadiu a pista, de maneira que impediu a circulação de veículos. O governo de Mato Grosso do Sul mantém bloqueios e controle de tráfego na região.