quinta-feira, novembro 21, 2024
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Incêndio se espalha pelo Pantanal depois de acidente de caminhão

Um incêndio de grandes proporções se espalha pelo Pantanal do Mato Grosso do Sul depois de um acidente de caminhão em Corumbá (MS) registrado há uma semana. O veículo pegou fogo depois de atolar em uma área de lama e vegetação seca.

Desde então, o fogo atinge diversas fazendas da região. As chamas têm se propagado pela vegetação e se alastraram por cerca de 80 mil hectares, uma área maior que o Distrito Federal, segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul. A causa do incêndio no caminhão está sob investigação.

Ao jornal Folha de S.Paulo, o coronel Adriano Noleto Rampazo, subcomandante geral do Corpo de Bombeiros, explicou que o incêndio rapidamente se expandiu por causa da seca. Os ventos fortes, que chegam a 60 km/h, têm dificultado o combate direto.

“Tivemos mais focos de calor antes do início da temporada”, disse Rampazo. “Mas, na medida do possível, estamos controlando.”

Entre as áreas afetadas estão um santuário de onças-pintadas e a Estância Caiman, na Reserva Natural Santa Sofia. O incêndio também atinge as fazendas Paraíso, Tupaceretã e Porto do Ciríaco.

Frente fria intensifica fogo no Pantanal

A ONG SOS Pantanal informou que o fogo voltou forte em algumas regiões depois de uma recente frente fria. “Desde o primeiro dia desse incidente com o caminhão, estamos operando em nove frentes”, disse Leonardo Gomes, diretor-executivo da ONG.

A temporada de seca ainda não atingiu seu pico, mas a situação pode piorar nos próximos meses. Historicamente, o auge das queimadas é em setembro, mas, em 2024, a temporada de fogo está adiantada.

Gustavo Figueiroa, biólogo da SOS Pantanal, afirmou à Folha que o acesso às áreas em chamas é um grande desafio por causa do terreno difícil.

“A percepção é que o fogo está espalhando muito rápido”, disse Figueiroa. “Mesmo com várias equipes em campo aqui, é difícil controlar todas as frentes.”

Governo realiza força-tarefa

A força-tarefa de combate aos incêndios inclui o PrevFogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Exército. Além do Corpo de Bombeiros Militar (de Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná), brigadas voluntárias, ONGs e moradores locais também trabalham no combate às chamas. Maquinários abrem aceiros e aeronaves despejam água para tentar bloquear as chamas.

De janeiro até a quinta-feira 1º, o Pantanal registrou 4.997 focos de calor, um aumento de 1.593% em comparação ao ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O índice é o maior desde 1998, quando a série histórica começou.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou as áreas atingidas na última quarta-feira, 31, e sancionou a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, acompanhou a visita e destacou a importância de prevenir incêndios. “Faço um apelo: se não parar de colocar fogo, não tem quantidade de pessoas e equipamento que o vença”, disse Marina.

A ONG WWF-Brasil alertou que o Pantanal pode enfrentar uma das piores secas neste ano. “As queimadas no Pantanal não afetam apenas a biodiversidade e a população local, mas o país e o mundo perdem a maior área úmida do planeta,” disse Cyntia Santos, analista de conservação da ONG.



Via Revista Oeste

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