Em seu mais recente artigo na Revista Oeste, Edição 270, o jornalista J.R. Guzzo critica a cobertura da imprensa nacional e internacional sobre a gestão de Donald Trump e o conflito comercial entre Estados Unidos e China. Conforme Guzzo, nos últimos meses, os veículos de comunicação deixaram de informar corretamente os fatos e passaram a divulgar análises equivocadas e previsões catastróficas que, na sua avaliação, não se concretizaram.
No texto, o articulista afirma que, desde novembro de 2024, o noticiário internacional se concentra em retratar Trump como uma ameaça global e a tensão entre Estados Unidos e China como um risco iminente para o equilíbrio mundial. Para ele, essa abordagem não apenas exagerou os riscos, como também falhou em relatar os fatos de forma precisa.
Imprensa e a desinformação soviética
O jornalista compara a desinformação atual ao período da União Soviética, quando o controle estatal da mídia impedia a divulgação de informações verdadeiras. No entanto, segundo Guzzo, a diferença, hoje, estaria na combinação de “más intenções, antijornalismo explícito e eliminação da vida inteligente no noticiário”, sem necessidade de censura oficial.
Ele afirma que a postura da imprensa teria se acentuado desde a eleição de Trump, passando pela sua posse e se estendendo até os dias atuais. “É um fato? Vamos esconder. Não é fato? Vamos publicar”, resume o jornalista. Ele também observa que parte da imprensa chegou a sugerir que Trump adotaria medidas radicais, como impor tarifas de 100% sobre produtos chineses, romper alianças históricas dos Estados Unidos, invadir o Canadá ou até provocar uma guerra nuclear econômica com a China.
Além disso, Guzzo cita a publicação de análises que tratavam a China como a nova grande potência mundial, prestes a assumir o protagonismo econômico e político do planeta. Ainda segundo o artigo, outras especulações envolveram possíveis conflitos com a Rússia, uma suposta intenção de transformar a Faixa de Gaza em um empreendimento turístico e o abandono dos compromissos dos Estados Unidos com a defesa da Europa.
O jornalista ironiza essas previsões, revelando que muitas delas partiram de especialistas e analistas, alguns de universidades renomadas, mas que, segundo ele, embarcaram em cenários fantasiosos. Guzzo também fala de cenários divulgados que incluíam uma possível união da China com a Europa, liderada pelo presidente francês Emmanuel Macron, com apoio de ativistas como Greta Thunberg e até do ator Leonardo DiCaprio.
Leia um trecho do artigo
“A mídia, desde a eleição de Trump, quer que haja uma guerra comercial entre a China e os Estados Unidos — e que os Estados Unidos percam. Mas esqueceram de combinar com a China, que simplesmente não quer isso e nem lê o New York Times para saber o que tem de fazer na vida. Não entra na cabeça de ninguém, a não ser na de Lula, de Janja e dos jornalistas, que alguém possa entrar em guerra com os Estados Unidos e sair no lucro. Na cabeça da China com certeza não entra — e não é por birra dos chineses para desmentir os comunicadores pró-guerra, mas porque eles têm o hábito de pensar, fazer contas e identificar os seus próprios interesses”.
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Revista Oeste
A Edição 270 da Revista Oeste vai além do texto de J.R. Guzzo. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de Silio Navarro, Augusto Nunes, Crystian Costa, Guilherme Fiuza, Ana Paula Henkel, Rodrigo Constantino, Alexandre Garcia, Roberto Motta, Adalberto Piotto, Carlo Cauti, Ubiratan Jorge Iorio, Mateus Conte, Uiliam Grizafis, Rachel Díaz, Miriam Sanger, Joanna Williams (Spiked) e Daniela Giorno.
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