Quando pensamos no impacto de um grande asteroide normalmente imaginamos uma única e gigante cratera. Isso em partes é real, já que um enorme buraco geralmente se irrompe no solo com a batida. Entretanto, ele não está sozinho e os efeitos podem ser muito mais devastadores do que se costuma imaginar. Pelo menos é isso que Marte indica.
O que você precisa saber?
- Cratera em Marte descoberta tem milhares de “filhos”;
- Essas outras crateras são resultantes do material expelido pelo impacto principal;
- Os impactos tem uma extensão de quase 2 mil km;
- O que torna essa a cratera com a maior extensão de impactos subsequentes já vista em Marte.
O que acontece é uma espécie de efeito rebote. O asteroide bate no chão em uma velocidade tão absurda que abre uma enorme cratera e se parte em milhares de pedaços. Essas partes, juntamente com toneladas de material extraído do solo, são arremessadas com uma força tão extrema que retornam para a atmosfera e caem na Terra novamente, gerando mais crateras. Com informações do Science Alert.
Um estudo divulgado na 55ª Conferência Anual de Ciência Lunar e Planetária no Texas, analisou um impacto desse tipo em Marte. Isso porque o Planeta Vermelho tem bem mais crateras visíveis na superfície em comparação com o nosso planeta. Os motivos disso são muitos. Marte é um deserto, o que faz com que as crateras fiquem visíveis por muito mais tempo. A Terra, além da vegetação, tem a maior parte de seu território coberto por água e ainda conta com uma atividade tectônica.
Cratera de impacto em Marte tem número recorde
O que chamou a atenção dos cientistas é justamente o fato de Marte ter muito mais cratera do que deveria, se levado em conta apenas o número de asteroides que costuma cair por lá. A maior parte desse estrago foi causado por impactos subsequentes.
Pode parecer que esses impactos são irrelevantes, mas uma única grande cratera de impacto em Marte criou mais de dois mil milhões de outras crateras mais pequenas até quase 2.000 km de distância.
A cratera principal é a Corinto, localizada a apenas 17 graus ao norte do equador do planeta, na região chamada de Elysium Planitia. Ela possivelmente tem algo em torno de 2,34 milhões de anos, bastante nova para os padrões marcianos.
A cratera tem cerca de 14 km de diâmetro e 1 km de profundidade. Sua bacia interna está marcada por outras crateras menores que sofreram seu impacto. O mais interessante dela é o que os cientistas chamam de “raios”. Esses “raios” são outras crateras criadas a partir do ponto central de impacto que podem ser vistos em um mapa da superfície do planeta até hoje.
Para conseguir mapear esses impactos, que ocorreram há milhares de anos, os cientistas usaram dados coletados pela HiRISE e pela Context Camera (CTX) no Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) e analisaram características de crateras menores ao redor da cratera principal Corinto. Em particular, eles procuraram crateras que pareciam ter sido causadas por material ejetado, e não por um impactador interplanetário.
A conclusão é de que existem e 2 mil milhões de crateras de impacto secundárias maiores que 10 metros causadas pelo material ejetado de Corinto, que estão a até 1.850 km de distância, o que torna essa a maior distância de material ejetado de uma cratera marciana, pelo menos até onde sabemos.