Uma imagem mostra o momento em que a polícia apreendeu mais de R$ 300 mil em espécie na residência de José Aprigio, ex-prefeito de Taboão da Serra, durante a Operação Fato Oculto. A ação ocorreu na semana passada, mas as imagens foram divulgadas nesta segunda-feira, 24.
Segundo o portal g1, a origem do dinheiro não foi comprovada, mas a defesa do político afirma que o montante está declarado no imposto de renda do ex-prefeito.
Aprigio, que tentava a reeleição, é investigado por suspeita de contratar atiradores para simular um atentado contra si mesmo. O crime ocorreu uma semana antes do segundo turno das eleições municipais de 2024. Mesmo com o incidente, ele perdeu o pleito.
Durante o atentado, seis tiros atingiram o carro blindado de Aprigio. Ele sofreu ferimentos leves causados por estilhaços de uma bala de fuzil AK-47 no ombro. O motorista e outros ocupantes do veículo não se feriram. Em menos de 30 minutos, sua equipe divulgou um vídeo editado do ataque.
A operação também envolveu mandados de busca em residências de outras 15 pessoas investigadas. Um dos atiradores, Gilmar Santos, afirmou em delação premiada que ele e outros três comparsas dividiram R$ 500 mil para simular o ataque. Ele alegou que Aprigio pagou pela encenação e pela arma, que custou R$ 85 mil.
Segundo Gilmar, o objetivo era gerar atenção midiática para Aprigio. Entre os investigados estão três ex-secretários municipais de Taboão da Serra: José Vanderlei Santos (Transportes), Ricardo Rezende Garcia (Obras) e Valdemar Aprígio da Silva (Manutenção), além de Cristian Lima Silva, sobrinho de Aprigio.
Secretários de Taboão da Serra poderão responder por tentativa de homicídio
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Se as participações forem comprovadas, poderão responder por associação criminosa, tentativa de homicídio, incêndio e adulteração de placa de veículo, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão. Gilmar, Odair Júnior de Santana e Jefferson Ferreira de Souza são réus no processo.
A colaboração de Gilmar foi homologada pela Justiça, o que pode reduzir sua pena. Os celulares dos suspeitos foram apreendidos para perícia, mas o fuzil usado na simulação ainda não foi encontrado. Aprigio não foi localizado para comentar as acusações.
O advogado do político, no entanto, sustenta sua inocência, ao afirmar que “não é crível” que alguém de 73 anos se arriscaria assim para influenciar uma eleição. A defesa de Odair reforçou a presunção de inocência.
Os advogados de Garcia alegaram que ele é “vítima de um equívoco nas investigações”. A defesa de Anderson negou contato com o delator e outros investigados, ao afirmar que as acusações se baseiam apenas na delação, sem provas concretas.