sábado, novembro 16, 2024
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Imagem de buraco negro famoso da Via Láctea pode estar errada

A primeira imagem do buraco negro supermassivo Sagittarius A* (Sgr A*), localizado no centro da Via Láctea, foi registrada em 2022 com o Event Horizon Telescope, responsável também pelo primeiro registro de buraco negro da história, em 2017. A captura foi validada por diversos pesquisadores desde então.

Um estudo publicado recentemente coloca a precisão da imagem em xeque, sugerindo que há erros na análise do telescópio.

Event Horizon Telescope foi responsável pelas capturas de Sgr A* e M87 (Imagem: Divulgação/Tyler Jump)

O que vemos na primeira imagem do buraco negro Sgr A*

Nenhum telescópio consegue capturar objetos cósmicos com 100% de precisão. Quando o assunto é buracos negros, fica mais difícil ainda. Para isso, o Event Horizon Telescope usa técnica diferente: uma combinação de vários radiotelescópios diferentes observando a mesma região ao mesmo tempo, o que cria um equipamento único e tão grande quanto a Terra, capaz de capturar os gigantes cósmicos.

O EHT entrou em ação no primeiro registro de buraco negro do mundo, o M87 em 2017. O Sgr A* veio em 2022.

Para nós, não especialistas no tema, a imagem é um borrão iluminado na forma de rosquinha. Astrônomos e cientistas, no entanto, veem além. Segundo o IFLScience, o que vemos é a sombra do buraco negro no centro, cercada por uma estrutura de anel brilhante que cai nele. O buraco negro em si não pode ser visto, já que nada, nem a luz, escapa dele.

Forma alongada do buraco negro, segundo estudo (Imagem: Miyoshi et al.)

Estudo coloca em xeque precisão da imagem

O estudo alega que, ao contrário do que a imagem divulgada indica, o Sgr A* não é um anel organizado e visualmente bonito, como parece. Na verdade, ele tem um disco de acreção (região onde o material cai no buraco negro) alongado, o que não justificaria o anel arredondado. Eles entendem que esse formato é um artefato criado pela própria análise, ao invés da aparência real do astro.

Bem, nenhum telescópio pode capturar uma imagem astronômica perfeitamente. Nós hipotetizamos que a imagem do anel resultou de erros durante a análise de imagens do EHT e que parte dela era um artefato, em vez da estrutura astronômica real.

Professor Assistente Miyoshi Makoto, do Observatório Astronômico Nacional do Japão e autor principal do estudo

De onde vem o erro na imagem do buraco negro?

  • O EHT usa um software próprio para analisar os dados. Já o estudo usou um método de análise diferente;
  • Os resultados foram distintos, mas ambos são plausíveis;
  • Segundo os autores, novas observações são necessárias para revelar a imagem verdadeira do Sgr A*.

Via Olhar Digital

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