Um teste da missão Juice (da sigla em inglês, explorador das luas geladas de Júpiter), da Agência Espacial Europeia (ESA), capturou uma imagem que mostra o cinturão radioativo de Van Allen com nitidez inédita. O anel de plasma quente que existe em volta da Terra foi observado pelo Jeni (da sigla em inglês, neutros e íons energéticos de Júpiter), que conseguiu captar com um novo nível de detalhamento a região que é invisível a olho nu.
A sonda enviada pela ESA pretende explorar três luas de Júpiter (Ganimedes, Calisto e Europa) e, para isso, busca fazer uma manobra gravitacional tripla. A tática consiste em uma espécie de estilingue, que usará a gravidade da Terra, da Lua e de Vênus para chegar ao planeta-destino.
A missão foi lançada em abril, captou as imagens do cinturão radioativo em agosto, deve chegar em Vênus somente em agosto de 2025 e pretende alcançar Júpiter somente em 2031. Durante os testes, a câmera Janus também capturou uma imagem em que a Terra e a Lua aparecem lado a lado.
O que é o cinturão radiativo de Van Allen?
O cinturão de radiação Van Allen circunda a Terra, oferece perigo para satélites e sensores e tem altos níveis de radiação, superando a intensidade dos raios-x usados em exames.
Essas estruturas em formato de donuts ficam ao redor da magnetosfera, região da atmosfera de nosso planeta que captura as partículas de radiação de alta energia e nos protege das tempestades e dos ventos solares que podem danificar as tecnologias e as pessoas que vivem na superfície da Terra.
O cinturão de radiação Van Allen foi descoberto em 1958 pelo astrofísico James Van Allen, que projetou os instrumentos a bordo do Explorer 1, a primeira nave espacial lançada pelos Estados Unidos.
A espaçonave capturou dados por meio do Geiger (um medidor de radiação) a bordo da espaçonave e com isso, foi criada a física espacial e inaugurada uma era de tecnologia e comunicações.
Em 1968, a Apollo Mission 8 da Nasa foi a primeira nave espacial tripulada a voar além dos cinturões de Van Allen para orbitar a Lua e retornar à Terra.
*Com informações de Fernanda Pinotti e Giovanna Christ, da CNN; e da CNN Internacional
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