Neste sábado, 27, a Conferência dos Bispos da Igreja Católica Francesa e líderes religiosos globais protestaram contra a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris 2024. O pronunciamento ocorreu mais de 24 horas depois da festa em Paris, que escarneceu dos cristãos.
A conferência repudiou a releitura da “Última Ceia”, que exibe 12 apóstolos sentados à mesa com Jesus Cristo. A obra é conhecida mundialmente e já foi retratada em outros eventos. A versão mais famosa, de 1497, é de Leonardo da Vinci e tradicionalmente mostra Jesus consagrando a Eucaristia.
Na cerimônia de abertura das Olimpíadas, os personagens da “Última Ceia” foram interpretados por drag queens.
Lucas 22:19-20 (NVI):
“Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim’. Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado… pic.twitter.com/vE0KqtEv5a— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) July 26, 2024
Os líderes católicos rechaçaram a aparesentação e a qualificaram como “zombaria”.
“Nossos pensamentos estão com todos os cristãos de todos os continentes que foram feridos pela ofensa e provocação de certas cenas”, disseram os bispos. “Esperamos que eles entendam que a celebração olímpica se estende muito além das preferências ideológicas de alguns artistas.”
A ofensa aos cristãos nas Olimpíadas
A apresentação incluiu drag queens como apóstolos e um DJ no papel de Jesus, em formato semelhante a um desfile de moda.
O diretor artístico Thomas Jolly negou a intenção de provocar. “Meu desejo não é ser subversivo, nem zombar ou chocar”, disse. “Acima de tudo, queria enviar uma mensagem de amor, uma mensagem de inclusão e não de divisão.”
A resposta da Igreja Católica
Outros líderes religiosos também criticaram a adaptação. O bispo Andrew Cozzens, presidente do Comitê Episcopal dos Estados Unidos para Evangelização e Catequese, pediu aos católicos que respondam ao incidente de Paris com oração e jejum.
“Jesus viveu sua Paixão novamente na sexta-feira à noite em Paris, quando sua Última Ceia foi publicamente difamada”, disse Cozzens. “Não ficaremos de lado e ficaremos quietos enquanto o mundo zomba de nosso maior presente do Senhor Jesus.”
O bispo alemão Stefan Oster chamou a cena de “Última Ceia queer” de “um ponto baixo e completamente supérfluo”. O arcebispo Peter Comensoli de Melbourne, na Austrália, preferiu “o original”, ao publicar uma fotografia da obra de Da Vinci no Twitter/X. Já o bispo Robert Barron, de Winona-Rochester, descreveu a paródia como “grosseira”, e o arcebispo de Santiago do Chile, Dom Fernando Chomali, considerou a encenação “grotesca”.
E não parou aí. O padre dominicano Nelson Medina, por exemplo, afirmou que não assistirá a uma única cena dos Jogos Olímpicos. “Que repugnante o que fizeram zombando do Senhor Jesus Cristo e seu supremo dom de amor”, disse. “E eles são covardes: não mexeriam com Maomé.”
O cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, também lamentou a cerimônia de abertura das Olimpíadas. “Para nós, cristãos, não se trata somente de uma obra de arte”, observou. “Ela retrata o Evangelho e o significado mais profundo e belo da Eucaristia. Será que o deboche a partir da Última Ceia não reproduz e reforça os preconceitos que se querem combater, fazem sofrer… Levaram a violências?”