Oficialmente técnico do Inter, Roger Machado concedeu a sua primeira entrevista coletiva à frente do Colorado, nesta quinta-feira (18), após o também o primeiro treino. Na sala de coletivas do Beira-Rio, o treinador falou sobre o tamanho do desafio no Internacional. Quanto a isso, Roger afirmou estar preparado.
“É um desafio importante, do tamanho do Internacional. Como treinador de futebol penso estar preparado neste momento, fiz minha formação como jogador durante 20 anos, me preparei academicamente para esse momento, tive muitas experiências no futebol, a maioria delas em alto nível. Estou amadurecido depois de 10 anos como treinador principal e cinco como auxiliar, é um momento importante para mim. Me sinto preparado”, afirmou o treinador.
Histórico ex-jogador e ex-treinador do Grêmio, o nome de Roger foi posto em cheque pelos dois lados da dupla Gre-Nal. Pelo lado gremista, um sentimento de traição, e pelo lado colorado, o de desconfiança em receber como treinador um “ídolo” do rival.
No meio do sentimento dúbio das torcidas, Roger também afirmou que compreende a passionalidade do torcedor, e enxerga a “revolta” das partes como natural.
“Olho com naturalidade esse processo, eu vivo aqui no estado e vivi a rivalidade, como jogador sempre deixei dentro de campo, nunca interpretei como inimigos apenas adversários. O torcedor é passional, é apaixonado pelo seu time, eu sou apaixonado pelo jogo e entendo o torcedor. Como profissional do futebol eu também consigo administrar isso de uma forma que permita circular bem nesses ambientes”, analisou Roger.
No Juventude até a última terça-feira (16), no empate com o Atlético-MG, Roger já estava sendo pretendido pelo Colorado há uma semana. Em meio aos jogos da terceira fase da Copa do Brasil, Inter e Papo protagonizaram uma pequena “Guerra Fria” pelo treinador, que por fim escolheu o Colorado.
Apesar disso, Roger afirmou que só teve conversas com o presidente Alessandro Barcellos após os confrontos entre as equipes. Na resposta, o treinador colorado ainda revelou o sonho de chegar à Seleção Brasileira.
“Os contatos iniciaram depois dos confrontos, ali abriu-se as possibilidades. O que me levou à decisão, não foi uma decisão fácil, foi a primeira vez que eu deixei um trabalho em andamento, um trabalho bem com uma base forte. Entendi na oportunidade uma grande chance, de como um treinador que deseja buscar treinar a Seleção Brasileira, tem alguns rituais que precisam ser cumpridos, e um deles é treinar um clube do tamanho do Internacional. Foi um movimento importante, não foi nada fácil, mas foi decidido com a maturidade de um profissional de 50 anos”, garantiu Roger.
Além de Roger Machado, o Inter também pretende trazer outro grande nome para o vestiário colorado novamente. O ex-treinador e ídolo do clube, Abel Braga é cotado para ser o novo coordenador técnico da equipe. Na entrevista coletiva, Roger foi perguntado sobre a possibilidade de trabalhar com Abel, e afirmou que ainda não falou sobre o assunto com a direção.
“Eu não conversei com a direção a respeito, nem tampouco com o Abel, todos nós conhecemos a história do Abel no futebol brasileiro e no Inter, profissionais como o Abel sempre agregam valor e são bem vindos. Eu não tive contato com o Abel, foi tudo muito rápido, não conversamos a respeito com a direção, mas logo o faremos”, afirmou Roger.