sexta-feira, novembro 22, 2024
InícioCiência e tecnologiaIA revoluciona engenharia de plantas na luta contra mudanças climáticas

IA revoluciona engenharia de plantas na luta contra mudanças climáticas

Diante das preocupações crescentes com as mudanças climáticas, cientistas do Instituto Salk estão liderando uma abordagem inovadora para combater o aumento das temperaturas: a engenharia de plantas equipadas para combater os níveis de dióxido de carbono na atmosfera.

Aproveitando a capacidade inata das plantas de absorver CO₂, os pesquisadores estão otimizando os sistemas radiculares para armazenar carbono por períodos prolongados, auxiliando assim na tarefa crítica de sequestro de carbono.

No centro disso está a utilização de inteligência artificial (IA). Liderado pelo pesquisador do Salk, Talmo Pereira, a equipe desenvolveu o SLEAP — um sofisticado software de IA inicialmente projetado para rastrear o movimento de animais em ambientes de laboratório. Agora, Pereira e seu colega, o professor Wolfgang Busch, estão implantando o SLEAP para analisar e aprimorar os sistemas radiculares das plantas.

O que mostra o estudo

  • Em um estudo recente publicado no Plant Phenomics, Busch e Pereira apresentaram um novo protocolo aproveitando as capacidades do SLEAP para examinar fenótipos radiculares de plantas.
  • Esta abordagem permite a avaliação abrangente de características das raízes, como profundidade, largura e massa — tarefas anteriormente laboriosas que prejudicavam o progresso científico.
  • Ao empregar o SLEAP, os pesquisadores compilaram o repositório mais extenso de fenótipos de sistemas radiculares de plantas até o momento.
  • Além disso, essa metodologia impulsionada pela IA facilita a identificação de genes associados a características radiculares específicas, fornecendo insights inestimáveis sobre o desenvolvimento das plantas.
  • Ao discernir determinantes genéticos de características desejáveis, como sistemas radiculares profundos e robustos, a equipe do Salk está pronta para engenhar plantas com capacidades aprimoradas de sequestro de carbono.

SLEAP e engenharia de plantas

O que distingue o SLEAP é sua integração de técnicas de visão computacional e aprendizado profundo, otimizando o processo de análise e minimizando erros humanos. Elizabeth Berrigan, analista de bioinformática no laboratório de Busch e primeira autora do estudo, destaca a eficiência e a acessibilidade proporcionadas pelo SLEAP, que aceleram significativamente as tarefas de anotação, treinamento e previsão sem comprometer a precisão.

O desenvolvimento de um conjunto de ferramentas suplementares, chamado sleap-roots, aprimora ainda mais a versatilidade do SLEAP, permitindo a análise de características do sistema radicular em diversas espécies de plantas. De culturas básicas como soja e arroz a organismos modelo como Arabidopsis thaliana, a eficácia do SLEAP transcende fronteiras botânicas, superando metodologias convencionais tanto em velocidade quanto em precisão.

Crucialmente, a integração contínua de dados fenotípicos e genotípicos permite que os pesquisadores identifiquem marcadores genéticos associados a características desejadas—um passo fundamental na busca por plantas capazes de capturar carbono. O Professor Busch enfatiza o impacto transformador do SLEAP em acelerar os esforços de pesquisa voltados para a mitigação das mudanças climáticas, destacando seu potencial para revolucionar as práticas de melhoramento de plantas.

Via Olhar Digital

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui