O julgamento de Hunter Biden teve início nesta segunda-feira, 3. Filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ele responde a acusações de porte e posse ilegal de arma de fogo. Tribunal de Wilmington, no Estado de Delaware, é o responsável pelo caso.
O processo contra Hunter ocorre a meses da disputa eleitoral norte-americana. O pai dele irá concorrer à reeleição pelo Partido Democrata. O principal concorrente dele pelo comando da Casa Branca será o republicano e ex-presidente Donald Trump.
De acordo com a acusação do Departamento de Justiça dos EUA, Hunter Biden, de 54 anos, teria mentido no formulário do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos do governo. Conforme a denúncia, ele preencheu “não” no item “você é um usuário ilegal ou viciado em drogas ilegais?”. É de conhecimento público que ele já tratou vício em álcool e crack. Hunter Biden teria tido posse da arma de fogo ilegalmente durante 11 dias.
Esta é a primeira vez que um presidente em exercício nos Estados Unidos enfrenta um julgamento do próprio filho. A conclusão de todo o processo deve estender-se de três a cinco dias. Ou seja, o veredicto deve ocorrer ainda nesta semana.
Hunter Biden se defende de três acusações principais: duas delas sobre o porte ilegal de arma e uma sobre posse. Em caso de condenação, a pena contra o filho de Joe Biden pode chegar a 25 anos de prisão.
Hunter Biden conta com apoio da família
A primeira-dama e madrasta de Hunter Biden, Jill Biden, compareceu ao tribunal, ao lado da irmã dele, Ashley. Joe Biden falou enquanto pai, mas preferiu não vincular a situação à Presidência dos EUA.
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Por se tratar de um crime federal, a possível pena de Hunter poderia ter o perdão do presidente dos EUA — cargo que atualmente o pai dele ocupa. A Casa Branca, contudo, negou que isso ocorra.
“Sou presidente, mas também pai”, disse Joe Biden à agência de notícias Ansa, da Itália. “Tenho um amor ilimitado pelo meu filho. Como presidente, não comento e não comentarei casos federais em andamento.”
Não é apenas o democrata Joe Biden que encara problemas com a Justiça no ano da eleição dos Estados Unidos. Na última quinta-feira, 30, o republicano Donald Trump foi condenado por fraude contábil ao ocultar o pagamento de US$ 130 mil (R$ 675 mil) à atriz pornô Stormy Daniels. De acordo com a Justiça, ele comprou o silêncio dela na reta final das eleições de 2016.
Stormy afirmou ter tido relação sexual com Trump em 2006, depois de um torneio de golfe. Contudo, ele nega o ocorrido. A atriz pornô ainda relatou um convite para um jantar na suíte do ex-presidente.
Esta foi a primeira condenação criminal de um ex-presidente dos Estados Unidos. Donald Trump ainda é réu em outros processos na Justiça norte-americana.