Rebeldes do Iêmen pró-Irã, os houthis declararam, nesta quinta-feira, 8, que participarão de qualquer ataque contra Israel, em coordenação de suas suas ações com Teerã e com o grupo terrorista libanês Hezbollah.
Segundo o líder dos iemenitas, Abdul Malik al-Houthi, os terroristas vão colaborar em “qualquer operação do Eixo da Resistência”. Este termo é usado pelo governo iraniano e seus aliados regionais contra o Estado judeu e os Estados Unidos.
Desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, os houthis emergiram como aliados inesperados dos palestinos. Eles atacaram Israel diretamente com drones e mísseis e reduziram pela metade o tráfego comercial no mar Vermelho. Isso aumentou os custos de transporte de cargas entre a Europa e a região.
Reação internacional e medidas de defesa de Israel
A situação levou à formação de uma força-tarefa, liderada pelos EUA, com até seis destróieres. Ela resultou em ataques diretos contra áreas controladas pelos houthis no Iêmen desde o início da guerra civil, em 2014. No fim de julho, Israel realizou um bombardeio significativo no porto de Hodeidah.
A proposta de ação conjunta dos houthis tem motivação nos assassinatos do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, e do comandante do Hezbollah, Fuad Shukr, da semana passada.
Shukr foi morto por Israel em Beirute, enquanto Haniyeh foi morto em Teerã, onde participava da posse do novo presidente iraniano. Tel Aviv não reconheceu a autoria da segunda ação, enquanto seus adversários o apontam como autor.
Retaliação e desajustes internos
Desde estas mortes, Hezbollah e Irã prometem retaliação diária contra Israel e mostram sinais de preparação militar. No entanto, há descompassos na decisão sobre o tamanho da reação.
Nesta quarta-feira, 7, o Hezbollah declarou que vingará a morte de Shukr ‘sozinho ou acompanhado’. Sinal que indicou descontentamento com a demora do Irã.
Teerã enfrenta o dilema da proporcionalidade dessa retaliação, com o risco de uma guerra regional incontrolável. O momento é de fragilidade política, depois da morte do presidente Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero. Seu sucessor, Masoud Pezeskhkian, é um moderado que defende acomodação com os EUA.