Horas após começar seu voo de volta à Terra, a cápsula Starliner, da Boeing, pousou com sucesso no Espaçoporto de White Sands, no Novo México (EUA), à 1h01 (horário de Brasília), segundo a NASA.
Starliner está de volta – e bem
- Após o pouso, equipes de NASA e Boeing precisaram buscar possíveis toxinas;
- Isso foi feito para garantir que o propelente deixado a bordo não tenha liberado produtos químicos perigosos;
- A agência espacial estadunidense programou coletiva de imprensa para dar mais detalhes às 2h30 (horário de Brasília). O retorno à nossa atmosfera da Starliner foi transmitido pela NASA;
- Três grandes paraquedas e airbags suavizaram a queda da nave, que chegou “com segurança de volta ao solo do deserto”, segundo os apresentadores da transmissão.
O controlador de voo da NASA, Rick Henfling, disse que “foi um bom pouso, muito incrível”. Já Suni Williams, uma das astronautas “presas” na Estação Espacial Internacional (ISS) elogiou as equipes de solo. “Vocês são os melhores”, afirmou. Ela também gostou do pouso de Calypso, como a nave foi apelidada. “Ótimo pouso da Calypso, não acho que poderia ter sido melhor”, disse.
Já Lauren Brennecke, da Boeing, deixou uma mensagem final: “A Starliner retornou em segurança. Parabéns a toda a equipe por completar a missão com um desacoplamento, saída de órbita e pouso bem-sucedidos — a Starliner mais uma vez provou ser uma viagem segura de e para o Espaço.”
Problemas técnicos marcam primeiro voo tripulado da cápsula Starliner
O Teste de Voo da Tripulação (CFT) da Starliner, que representa o primeiro voo tripulado da cápsula, começou em 5 de junho. A nave atracou na ISS no dia seguinte, apesar de enfrentar alguns problemas técnicos, como vazamentos de hélio antes do lançamento e a falha de cinco dos 28 propulsores do sistema de controle de reação durante o acoplamento.
Inicialmente programada para durar cerca de oito dias, a missão CFT-Starliner foi prolongada para quase três meses, permitindo a realização de testes adicionais no sistema de propulsão da espaçonave.
Devido aos problemas técnicos enfrentados, a NASA optou por não arriscar o retorno dos astronautas Butch Wilmore e Suni Williams a bordo da Starliner. Em vez disso, a dupla retornará à Terra em uma cápsula SpaceX Crew Dragon, em fevereiro de 2025. Sendo assim, a Starliner completará seu retorno sem tripulação.
Tanto a Boeing quanto a SpaceX receberam contratos bilionários da NASA em 2014 para desenvolver veículos de transporte de astronautas, substituindo o ônibus espacial aposentado em 2011. No entanto, os voos comerciais tripulados foram adiados devido a desafios técnicos e de financiamento, com a SpaceX realizando sua primeira missão tripulada à ISS em 2020, e a Boeing apenas agora.
Os problemas enfrentados pela Starliner, desde sua primeira tentativa de voo não tripulado para o laboratório orbital em 2019, até a missão CFT, ilustram as dificuldades e a complexidade dos projetos aeroespaciais.
Apesar dos esforços da Boeing para corrigir as falhas técnicas, incluindo o lançamento do segundo voo de teste não tripulado em 2022, a missão continua a enfrentar desafios, como questões de propulsores e problemas com o sistema de paraquedas e fiação.
Mesmo com todos os contratempos, a NASA e a Boeing seguem comprometidas em avaliar e solucionar os problemas para garantir a certificação do CFT. O futuro da Starliner dependerá dos resultados dessas análises e do trabalho contínuo para superar os desafios técnicos enfrentados até o momento.