O ex-secretário de estado americano Henry Kissinger faleceu nesta quarta-feira, 29, aos 100 anos.
Kissinger iniciou sua carreira como professor universitário, se tornando um dos mais importantes secretários de Estado dos EUA, servindo sob os presidentes Richard Nixon e Gerald Ford.
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Em 1969, Nixon o nomeou conselheiro de segurança nacional, para se tornar secretário de Estado entre 1973 e 1977. Foi o primeiro não nascido nos Estados Unidos a ocupar esse cargo, sendo natural da Alemanha.
Foi ele que supervisionou o envolvimento e a retirada dos EUA na guerra do Vietnã.
Por esse esforço, Kissinger ganhou o Prémio Nobel da Paz de 1973, partilhado com Le Duc Tho, líder do Vietnã do Norte.
Quase dois anos depois, a autodenominada “paz com honra” de Nixon ruiu com a queda de Saigon nas mãos do Vietcongues durante a administração do presidente Gerald Ford.
Além disso, Kissinger trabalhou na transição do Zimbabué da Rodésia governada pelos brancos e negociou acordos de controlo de armas nucleares com a então União Soviética.
Kissinger desempenhou um papel fundamental no fim do isolamento diplomático que cercou a China comunista entre 1949 e 1971.
Através da sua diplomacia, ele conseguiu costurar acordos entre Israel, Egito e Síria, após o início da Guerra do Yom Kippur, em 1973.
E no seu jogo de xadrez diplomático contra os soviéticos, apoiou regimes brutais acusados de violações dos direitos humanos, incluindo no Chile e no Paquistão.
Kissinger protagonista da geopolítica
Kissinger acompanhou a geopolítica mesmo no final da sua vida. Em maio de 2022 ele sugeriu que a Ucrânia deveria ceder algumas terras à Rússia para alcançar um acordo de paz.
Mais tarde, falando através de videoconferência em Janeiro de 2023 no Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça, Kissinger disse que a Rússia deve ter a oportunidade de um dia voltar a aderir ao sistema internacional após qualquer acordo de paz na Ucrânia e que o diálogo com o país deve ser contínuo.
A informação da morte foi divulgada pela Kissinger Associates, sua consultoria, que salientou como o ex-diplomata faleceu em sua casa, no estado americano do Connecticut.