Em 1873, nascia uma microcervejaria em plena Amsterdã que se tornaria uma das mais conhecidas no mundo todo. Passados mais de 150 anos, a Heineken serve hoje cerca de 25 milhões de cervejas todos os dias em 192 países, segundo estimativas da própria marca.
O Brasil entra nesse quadro como o maior mercado da Heineken no mundo e, com tamanho sucesso, seu sabor é reconhecido tanto por profissionais quanto por amantes da bebida. A boa notícia é que não precisamos ir até a Holanda para ver de perto seu processo de fabricação.
Em Jacareí, no interior de São Paulo, a cervejaria nos abre as portas para uma verdadeira imersão em seus processos e ingredientes através de uma experiência multissensorial. A história que se arrasta por mais de um século e meio também está todinha explicada diante de nossos olhos, com uma experiência coroada por espaços lúdicos e instagramáveis.
Chamado de Inside the Star, o programa nos dá a oportunidade ainda de checar os parâmetros de qualidade aplicados em todo o grupo, algo que o fundador Gerard Adriaan Heineken já zelava na década de 1860, uma vez que ele foi o primeiro cervejeiro do mundo a implantar um laboratório de controle de qualidade em sua produção.
O tour cervejeiro
O tour tem duração de uma hora e meia e começa em salas interativas que nos contam os primórdios da Heineken, desde sua fundação como uma pequena cervejaria no meio da capital da Holanda até cruzar o oceano e chegar ao Brasil.
A próxima etapa é uma experiência sensorial, em que mergulhamos nos ingredientes que compõem a cerveja. Aqui podemos saber mais sobre o puro malte e o lúpulo e até pegá-los na mão. Ao longo do passeio, aprendemos que um dos componentes diferenciados da Heineken é a levedura tipo A, descoberta no século 19 e exclusiva da marca, que garante notas frutadas sutis.
Do lado de fora da cervejaria, além dos típicos tanques de inox na vertical, percebi também que há alguns tanques horizontais dividindo espaço na produção. Qual a explicação disso?
“Essa levedura se propaga de uma maneira mais positiva quando ela está em um tanque horizontal. Em um tanque vertical temos muita pressão, e essa levedura precisa de paz e tranquilidade, assim como nós. O tanque horizontal faz com que ela libere todos os seus sabores”, me conta durante a visita Maurício Giamellaro, CEO do Grupo Heineken no Brasil.
Depois de conhecidos os ingredientes, chegamos na área de envasamento, onde vestimos roupas especiais para conferir de perto a produção. Aqui lembramos que a água é também um dos ingredientes essenciais da cerveja, em que sua qualidade é fator de peso no resultado final.
“A água que utilizamos na produção da Heineken é padronizada no mundo inteiro. O processo produtivo é o mesmo aqui, na Holanda e em qualquer cervejaria que a gente tenha”, ressalta Maurício.
O tour chega ao fim com uma merecida degustação de cervejas, que, como esperado, chegam geladinhas no copo. A degustação é arrematada ainda com uma harmonização com queijos e embutidos, que deixa a experiência mais apetitosa.
No geral, a visita é feita aos moldes do passeio oferecido na cervejaria mais antiga da Heineken em Amsterdã. Eu já havia realizado a Heineken Experience anos atrás, quando tive um primeiro contato com a trajetória da marca e seus meios de produção.
Lá, as visitas ocorrem em um prédio histórico desativado em 1988 e seguem um menu variado de experiências guiadas. Um audioguia em português está disponível e não se preocupe: a degustação também está garantida.
Estrela verde
Durante a visita na cervejaria em Jacareí, é notável a preocupação com a energia limpa na produção das cervejas – é importante lembrar que o grupo também tem sob seu guarda-chuva as marcas Amstel, Devassa, Eisenbahn e até Baden Baden, original de Campos do Jordão.
E como diminuir o impacto de uma produção tão grande? Entra na jogada a energia limpa, 100% renovável. Para se ter uma ideia, as cervejarias Heineken em Alagoinhas (BA), Araraquara (SP) e Ponta Grossa (PR) já produzem com energia inteiramente renovável, ou seja, elas têm como fontes recursos que não se esgotam ou que se regeneram na natureza, como luz solar, vento e biomassa.
Até o ano passado, o compromisso do grupo era suprir a produção e o envase de todas as suas cervejarias no Brasil por energia totalmente renovável, incluindo a unidade de Jacareí. Um dos movimentos foi converter as caldeiras para operação com biomassa e comprar energia elétrica de fontes renováveis.
Vale dizer ainda que, no ano passado, as cervejas long necks da cerveja Heineken passaram a ser retornáveis na Região Sul do Brasil, com venda circular em bares e restaurantes parceiros. É mais uma iniciativa que joga luz àquilo que podemos fazer para minimizar nossos impactos no mundo.
Inside the Star
O tour na cervejaria de Jacareí tem valor de R$ 40 por pessoa. Estudantes, idosos e colaboradores da Heineken pagam meia entrada e apenas maiores de 18 anos podem realizar a visita.
Os ingressos devem ser adquiridos com antecedência e as vagas são limitadas, em que cada sessão comporta até 20 pessoas. E como se trata de um ambiente de produção, fique atento às roupas adequadas – chinelos e bermudas nem pensar!
Confira informações completas no site.
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