A rede de TV israelense Keshet 12 reuniu depoimentos de sobreviventes do Holocausto que também escaparam do massacre de 7 de outubro. Eles reviveram os seus piores pesadelos quando os terroristas se infiltraram nas suas comunidades, matando brutalmente seus familiares e amigos.
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Ainda em estado de choque, os sobreviventes chamaram o ataques do grupo terrorista de “segundo Holocausto”.
“Eu sobrevivi ao Holocausto; também sobrevivi ao 7 de outubro. Mas eles assassinaram meu filho, e meu coração está doendo”, relatou, aos prantos, Ruth Hearn, de 88 anos.
Além do filho, outros seis membros da sua família foram esfaqueados até a morte pelo Hamas. “Aprendi a suportar a minha dor, mas desta vez a dor não diminui. Eu acordo durante a noite e revejo as imagens daquela atrocidade”.
Ruth conseguiu se esconder no bunker da casa quando o Hamas invadiu sua comunidade. Mas muitos não tiveram a mesma sorte. “Quando os soldados de Israel chegaram à noite para nos resgatar, havia corpos de crianças e adultos espalhados pelo gramado. Eu nunca esquecerei aquela cena”.
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Desde o começo da guerra em Israel, o termo Holocausto está sendo bastante usado para se referir ao massacre cometido pelo Hamas. Para Ruth, que recorda muito bem de tudo que passou com o terror nazista da Segunda Guerra Mundial, não há outra palavra para descrever o atual horror.
“Se alguém corta a barriga de uma mulher grávida com a faca, isso não é o Holocausto? Se matam bebês, isso não é o Holocausto? Sim, claro que é”, afirmou Ruth.
Comunidade devastada
Kibutz Be’eri era uma comunidade com cerca de mil habitantes. Havia muitas crianças na vila, e todos tratavam seus vizinhos como membros da família. Mas Kibutz ficava a poucos quilômetros de Gaza, e na manhã do dia 7 ela foi quase devastada pelo Hamas.
Eles assassinaram mais de 120 pessoas, incluindo crianças, e sequestraram outras dezenas. Também incendiaram as casas e mataram parte dos moradores quando esses tentavam escapar do fogo.
“Passei pelo Holocausto na idade que o meu neto tem agora; desta vez, ele estava sentado ao meu lado dentro do bunker, tentando sobreviver ao Hamas”, contou Haim Ra’anan, que mora em Kibutz Be’eri. “Para mim, o que vivemos foi o segundo holocausto”.
Recentemente, sua neta mais velha decidiu deixar Israel e com a família. Todos foram morar nos Estados Unidos. Haim preferiu ficar.
“Leio inúmeras vezes uma matéria no jornal que fizeram sobre ela, e sempre paro os olhos onde minha neta diz: ‘vô, o senhor sabe que eu o amo’; é claro que sei disso, mas é tudo difícil e muito triste, então eu continuo a chorar”.
A força de Israel
Michael Shteren perdeu o seu filho, Oren, que atuava num esquadrão de segurança na região. Ao saber o que aconteceu em Kibutz, ele não acreditou na magnitude do massacre – mas sabe que Israel seguirá vencendo.
“Desde que o mundo existe, grandes potências surgiram e desapareceram, mas Israel, esta pequena nação com seus recursos limitados e seu povo judeu, continua seguindo; isso é inacreditável, disse Michael Shteren.