O grupo terrorista palestino Hamas rejeitou enfaticamente, em declaração nesta quarta-feira, 5, a fala de Donald Trump sobre os Estados Unidos assumirem o controle de Gaza. O Hamas classificou a proposta do presidente norte-americano como “racista” e afirmou que a medida aumentaria a violência no Oriente Médio.
“A posição racista norte-americana está alinhada com a da extrema direita israelense, que consiste em deslocar o nosso povo e erradicar nossa causa”, disse o porta-voz do Hamas Abdel Latif al Qanu.
Em comunicado, o grupo terrorista falou ainda que a proposta de ocupação da Faixa de Gaza pelos EUA foi “agressiva para o nosso povo e causa, não servirá para a estabilidade da região e só colocará mais lenha na fogueira”.
Na última terça-feira, 4, durante uma reunião na Casa Branca com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump surpreendeu ao afirmar que os Estados Unidos “assumirão o controle da Faixa de Gaza e também farão um bom trabalho”.
Trump também pediu aos mais de 2 milhões de habitantes de Gaza que deixem o território e se desloquem para países vizinhos, como o Egito e a Jordânia, apesar da oposição desses países e dos palestinos.
O presidente norte-americano disse, sem dar detalhes, que os EUA vão “nivelar o lugar e se desfazer dos edifícios destruídos”, para desenvolver economicamente Gaza e dar “uma quantidade ilimitada de emprego e habitação para as pessoas da área”. Ele acrescentou que esse seria um projeto “a longo prazo”, com o objetivo de transformar Gaza na “Costa Azul do Oriente Médio”.
Netanyahu comenta plano de Trump sobre a Faixa de Gaza
Netanyahu, por sua vez, afirmou que o plano de Trump para Gaza pode “mudar a história” e que vale a pena “prestar atenção”. O primeiro-ministro israelense conta com aliados que defendem a reinstauração de colônias judaicas na Faixa de Gaza, região de onde Israel se retirou unilateralmente em 2005, durante o governo de Ariel Sharon.