quinta-feira, fevereiro 6, 2025
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Haddad reconhece que inflação de junho deve estourar meta

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação acumulada em 12 meses deve ultrapassar o teto da meta, de 4,5%, no mês de junho, em consonância com o que o Banco Central indicou na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Haddad abordou o assunto em entrevista à GloboNews na noite desta quarta-feira, 5.

Caso o estouro se confirme, o ministro declarou esperar que o Banco Central envie uma carta ao Conselho Monetário Nacional (CMN) com uma proposta para a convergência da inflação à meta, uma vez que a política monetária atua com “delay” e o efeito dos juros altos não deve se concretizar plenamente agora.

O ministro complementou, que, em junho, o horizonte relevante para a ação do Banco Central será distinto do atual.

Haddad voltou a afirmar que respeita a autonomia do Banco Central para dirigir a política monetária e o trabalho dos técnicos da autarquia.

Quando a inflação se desancora, o Banco Central realmente precisa agir, segundo o ministro. “Mas tem que ser muito calibrado para que o remédio não seja nem aquém, nem além da necessidade de garantir aquela [meta de] inflação, até porque, se for além, você vai ter problemas fiscais pelo lado da receita, pelo lado da atividade econômica, pelo investimento”, afirmou à emissora.

Haddad afirmou acreditar que, apesar da previsão de estouro da meta em junho, possam ocorrer “surpresas” positivas no campo inflacionário em relação às projeções que o mercado apresenta, caso a política econômica seja conduzida de maneira adequada.

Segundo o ministro, os efeitos da alta da taxa de juros sobre a inflação devem ser percebidos “mais rápido” do que o esperado. “O choque de juros foi muito forte, então a resposta [sobre a inflação] virá mais rapidamente, e penso que poderemos ter uma acomodação mais rápida [dos preços].”

O Banco Central subiu a Selic em um ponto percentual na última reunião do Copom. A taxa básica de juros passou de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão se deu por unanimidade.

Haddad fala sobre supersalários

O titular Fazenda disse ainda que manteve conversas nesta quarta-feira com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), acerca de possíveis medidas para enfrentar os supersalários no setor público. Os deputados rejeitaram uma proposta sobre o tema no ano passado, mas pode haver uma reconsideração, afirmou o ministro.

De acordo com Haddad, a “bola” da questão dos supersalários está com o Senado. O ministro revelou que terá um encontro com senadores para debater o tema na próxima terça-feira, 11.

Em relação ao Judiciário, Haddad disse que já dialogou com a cúpula do Supremo Tribunal Federal (STF) e que existe um consenso de que é preciso combater os supersalários.

O ministro reiterou que a questão do ajuste nas contas públicas deve ser tratada como uma questão de Estado, e não de governo.



Via Revista Oeste

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