O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ligou nesta nesta quinta-feira (18) para deputados e senadores evangélicos que acusam o governo de “perseguição”.
A intenção era marcar uma reunião para amenizar a reação negativa do grupo após a Receita Federal anular a norma que dava isenção fiscal a líderes religiosos.
No Senado, houve avanço. Ficou acertado que a bancada evangélica da Casa, representantes do ministério e da Receita Federal vão se reunir para discutir a questão.
“Nossa expectativa é de que, com diálogo, se consiga resolver definitivamente o assunto da isenção. Ao meu ver, é a maneira mais transparente do governo Lula provar que não quer perseguir as igrejas”, diz nota divulgada pelo senador Carlos Viana, presidente da Frente Evangélica do Senado.
Já a bancada da Câmara se mostrou irredutível. A CNN apurou que Haddad chegou a propor o encontro numa conversa telefônica com o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), mas foi alertado pelo presidente da bancada sobre a indisposição dos integrantes.
De acordo com líderes partidários, pastores evangélicos têm trabalhado para convencer deputados de que a aproximação com o governo pode ser mal vista pelo segmento neste momento.
A derrubada da isenção fiscal a líderes religiosos – concedida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 – foi publicada nesta quarta-feira (17) no Diário Oficial da União (DOU).
A mudança, na prática, suspende o benefício sobre a remuneração paga pelas igrejas.
Alguns religiosos fizeram chegar à equipe econômica que a solução para o conflito seria retomar a imunidade tributária.
Fontes da Fazenda ouvidas pela CNN, no entanto, já avisaram que a intenção da pasta ao buscar diálogo é apenas dizer que a Receita Federal está disposta a explicar como foi o processo até a decisão.
Ou seja, as informações podem ser repassadas aos parlamentares para que entendam a decisão de forma técnica, mas não há, neste momento, qualquer intenção da Fazenda em recuar a suspensão da medida.
As rusgas com o grupo evangélico acontecem no momento em que o governo estuda maneiras de melhorar o diálogo com o público, numa tentativa de ampliar a aprovação do governo e impactar os resultados das eleições municipais.
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